Um super microscópio. É assim que a comunidade científica define o Sirius, laboratório desenvolvido no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, localizado em Campinas, São Paulo.
Com cerca de 68 mil metros quadrados de área construída, o Sirius foi estrategicamente pensado e projetado para usar uma luz abundante no Universo em favor da ciência no planeta Terra: é a luz síncrotron.
O Caminhos da Reportagem vai até Campinas para mostrar como esta radiação otimizada em aceleradores de partículas ajuda a enxergar, em meio digital, a estrutura de matérias, como proteínas e até átomos, como se fosse uma poderosa lupa.
Algo tão tecnológico, mas que pode afetar diretamente o seu dia a dia, especialmente, em áreas como meio ambiente, energia, agricultura, medicina e até astronomia, como explica o diretor do CNPEM, Antonio José Roque. "Isso aqui é um grande gerador de conhecimento". Além de possibilitar pesquisas e um enorme grau de conhecimento, o diretor destaca o potencial mercadológico do projeto. "A hora que você estuda aqui dentro, por exemplo, novos fármacos e consegue que uma empresa farmacêutica, lá na frente, coloque esse fármaco na prateleira, provavelmente isso tudo também já vai pagar o investimento foi feito aqui".
Neste episódio, vamos fazer uma viagem a este laboratório que, de fora, lembra um estádio de futebol e até mesmo um óvni , como os retratados nas telas do cinema. Mas, comparações à parte, o Sirius tem mostrado avanços científicos que levam o nome do Brasil à dianteira das pesquisas no mundo.
Em um período marcado pelo combate à pandemia, Daniela Trivella, pesquisadora do LNBio, destaca a importância de uma linha de luz batizada de Manacá dedicada a estudar novos medicamentos, inclusive para combater a covid-19. "Imagina: o vírus é pequeno, as proteínas são um pequeno pedaço, é uma unidade muito menor do que o vírus". E Trivella complementa: "Então, se a gente inibe a ação dela, o vírus não consegue se replicar no interior das nossas células, causar infecção, e, em decorrência, a inflamação, e aí levando à doença que é a covid-19".
Nossa reportagem revela também como as pesquisas neste laboratório podem ter impacto direto na agricultura, com alternativas para a escassez de fósforo do solo, e na exploração do pré-sal, no Brasil. Além disso, os estudos com a luz síncrotron podem ajudar a esclarecer mistérios do Universo.
Para os interessados em seguir a carreira, a novidade é que todo este saber científico poderá, a partir de agora, ser compartilhado em um curso de graduação que tem foco na formação de cientistas. Na escola de Ciência Ilum, que está ligada ao CNPEM, os alunos poderão aprender de graça, com direito à moradia, alimentação e transporte financiados pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação e também pelo Ministério da Educação. E as inscrições já estão abertas.
Ficha técnica:
Roteiro e Reportagem: Dimas Soldi
Roteiro e Apresentação: Adrielen Alves
Edição de texto: Adrielen Alves e Cintia Vargas
Produção: Carol Oliveira
Imagens: William Sales
Auxílio Técnico: Jone Ferreira
Edição de Imagens: André Eustáquio e Jerson Portela
Arte: Abimael Lira e Silvino Carneiro
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