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Centenários: histórias de longevidade

Caminhos da Reportagem

No AR em 15/07/2024 - 23:00

O Brasil tem, atualmente, mais de 37 mil pessoas com cem anos ou mais, de acordo com o Censo Demográfico de 2022. Dados das Nações Unidas estimam que o número de centenários no mundo passará dos atuais 316 mil para 3,2 milhões em 2050. Com o crescimento dessa parcela da população, é importante que a sociedade discuta políticas públicas e garantia de direitos para essas pessoas.

“Centenários: histórias de longevidade”, é o tema do programa Caminhos da Reportagem, que vai ao ar nesta segunda (15), às 23h, na TV Brasil.

Caminhos da Reportagem - Centenários histórias de longevidade
Divulgação/TV Brasil

De acordo com Júnia Quiroga, Coordenadora de programa do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) no Brasil, o envelhecimento da população é um triunfo do desenvolvimento. “Envelhecer e atingir uma maior longevidade é um sinal de progresso para todas as sociedades. Em primeiro lugar, porque a outra possibilidade seria morrer mais jovem. Então, é um sinal de avanços na medicina, de mais amplo acesso à boa qualidade de vida, acesso e qualidade da água, alimentação, moradia e segurança”, afirma Quiroga.

Histórias

No programa desta semana, você vai conhecer a história de três centenários brasileiros. Um deles, Milton Thiago de Mello, tem 108 anos e faz parte de um estudo do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (Genoma USP), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa visa compreender como a genética impacta a longevidade e a resistência à covid-19.

Pesquisador Mateus Vidigal de Castro estuda como a genética impacta a longevidade e a resistência à covid-19
Pesquisador Mateus Vidigal de Castro estuda como a genética impacta a longevidade e a resistência à covid-19 - Divulgação/TV Brasil

Para Mateus Vidigal de Castro, pós-doutorando do Centro de Pesquisa, o caso de Milton foi um dos que mais chamou a atenção. “Era um dos nossos mais longevos recuperados da Covid, que foi assintomática. Importante ressaltar que Milton teve a doença antes da vacina. E a parte cognitiva é brilhante, extremamente lúcido. Ele se recorda de tudo”, conta.

Outra centenária é a Dona Dalila, que tem 104 anos. Lúcida e muito religiosa, ela conta que lembra de tudo da sua infância. Nasceu em uma família humilde no Ceará, mas onde as pessoas tinham muito amor uns pelos outros. Ela conta que, hoje, com uma perda de visão considerável, é cuidada pelos filhos e netos.

A memória de Dona Dalila é privilegiada e ela relembra, sem dificuldade, as datas de aniversário dos membros da sua família. “O Manoel é 25 de dezembro. O Joacy é dia 05 de abril. João é dia 26 de março. A Lúcia é dia 30 de maio. O Pedro é dia 23 de junho. O Eduardo é dia 29 de junho...”

Além de Dona Dalila, contamos também a história de Dona Epifânia, uma centenária divertida que, ano passado, aos 106 anos de idade, fez sua mais recente tatuagem. É uma chave de ouro tatuada no braço, onde lê-se “Só o amor constrói”.

De acordo com a bisneta Raquel, Dona Epifânia disse que a tatuagem, a última de três, é para marcar o final de sua vida, que ela pretende fechar com “chave de ouro”.

Milton Thiago de Mello tem 108 anos
Milton Thiago de Mello tem 108 anos, por Divulgação/TV Brasil

Zonas Azuis

O Caminhos da Reportagem aborda ainda a questão das “zonas azuis”, lugares no mundo que se destacam pela longevidade de seus habitantes. O gerontólogo Otávio de Tolêdo Nóbrega conta que não há uma “receita de bolo” para a longevidade, mas que as zonas azuis mostram algumas características que parecem contribuir para vidas longevas. Entre elas estão: a noção de um propósito de vida, uma rotina fisicamente ativa e uma dieta rica em legumes e vegetais e sem excessos.

“Em termos biológicos, se a gente olha para o meio ambiente silvestre, ou seja, para os leões na savana, por exemplo, é inusitado pensar que a população de idosos vai ser a preponderante, pelo simples fato de que os idosos se tornam com o tempo indivíduos com menor vigor físico, menos aptidão para sobreviver em condições em que há competição por recursos. Ou seja, não é natural que organismos idosos preponderem. E nós seremos a única espécie biológica do planeta que terá maior proporção de idosos na sua composição do que de jovens”, afirma Nóbrega.

Caminhos da Reportagem - Centenários histórias de longevidade
 Divulgação/TV Brasil

Força muscular

O fisioterapeuta Hudson Azevedo, que trabalha com idosos na rede pública de Brasília, ressalta a importância da atividade física para uma longevidade independente e com maior qualidade de vida.

Diversos estudos, inclusive um lançado pela revista Gerontology, estabelecem a relação entre pernas fortes e menos casos de demência na terceira idade. “Quando a gente fala em massa muscular, os membros inferiores são onde a gente tem a maior proporção de grupos musculares. Então a gente fala muito nos treinamentos em relação às coxas, principalmente em atividades que envolvam os movimentos de sentar e levantar, porque a gente utiliza músculos que são necessários para caminhar e para se transferir”, explica Hudson.

Ficha Técnica:

Reportagem - Marieta Cazarré
Apoio à reportagem – Thiago Padovan
Produção - Cleiton Freitas e Patrícia Araújo
Reportagem cinematográfica - Rogério Verçoza
Apoio à reportagem cinematográfica - Sigmar Gonçalves, JM Barboza
Auxílio técnico - Thiago Pinto
Apoio ao auxílio técnico - Raimundo Nunes, Rafael Calado, Jairom Rio Branco, João Batista
Edição de texto - Marieta Cazarré
Design - Caroline Ramos
Videografismo - Alex Sakata
Edição e finalização de imagem – André Eustáquio

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 09/07/2024 - 18:05

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