Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Roseann Kennedy entrevista o eterno trapalhão Dedé Santana

“Eu levei o humor circense para a televisão”, diz o artista

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 26/03/2018 - 21:15

Ele nasceu Manfried Sant’anna e se tornou conhecido como o Dedé, de “Os Trapalhões”. Integrante do quarteto humorístico mais popular da TV brasileira, Dedé Santana nasceu no meio circense, onde foi palhaço, trapezista e chegou a fazer números no globo da morte. Filho de mãe contorcionista e do palhaço Picolino, começou nos palcos com poucos meses de vida.

Do circo, Dedé guarda boas memórias, mas também tristes lembranças. E se emociona ao contar sobre a perda de seu pai em um atropelamento antes da estreia de um dos espetáculos. “Eu cheguei para a minha mãe e disse: - E agora, mãe? E ela disse: - Nós vamos trabalhar. Nós vamos trabalhar porque senão nós não vamos ter dinheiro para fazer o enterro do seu pai”. Em dias de casa lotada, com todos os ingressos vendidos, Dedé relembra, comovido, sobre este episódio de sua vida: “Então eu e meu irmão velando o meu pai lá atrás, a gente entrava no picadeiro rindo, fazendo o público rir e quando a gente virava, a gente estava chorando. Parece brincadeira o que as pessoas falam, mas as vezes o palhaço está chorando e fazendo o público rir. Isso aconteceu comigo”.

Roseann Kennedy entrevista Dedé Santana
Roseann Kennedy entrevista Dedé Santana - Divulgação

Da convivência com o pai, o humorista guardou grandes aprendizados. “Meu pai reunia os meus irmãos no circo e falava assim: - O público tem que ser respeitado. Para ser um bom artista, você tem que em primeiro lugar respeitar o público. Então eu aprendi isso muito cedo no circo”.

Dedé conta que viveu tempos de dificuldades e fez um pouco de tudo na vida, foi engraxate, ajudante de mecânico, verdureiro. Na vida artística, trabalhou na TV, no teatro e marcou várias gerações. É ator, dublador, diretor, roteirista e atuou em mais de quarenta filmes durante a sua carreira. De seus tempos de “Os Trapalhões”, ele lembra com carinho. “A gente vivia vinte e quatro horas juntos. Então um conhecia o outro no olhar. Hoje, isso é muito difícil de acontecer. As pessoas se encontram na hora da gravação com o texto na mão. A gente improvisava demais, né?

Nomeado como Embaixador do Circo no Brasil, o artista diz que o picadeiro é o lugar onde ele mais gosta de estar, pois é ali onde ele se comunica direto com a plateia. E revela, com bom humor, um de seus maiores receios: “Se a gente não agrada, a gente fica com medo do picadeiro. Se a plateia não ri pra gente é uma coisa terrível, uma angústia, porque a gente faz de tudo, a gente se mata, se joga no chão até fazer a plateia rir... E as vezes acontece, né?”.

E sobre a 'arte de fazer rir', Dedé se mostra um bom entendedor: “Mesmo no show dos trapalhões, às vezes a gente entrava e a plateia não ria como de costume, né? Aí o Didi passava perto de mim e dizia: - Eles iam para um enterro e erraram o caminho. A gente vivia brincando muito”.

Hoje, Dedé brilha nos palcos com a peça “Palhaços” e vive um enredo que tem grande semelhança com a sua história de vida.

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 26/03/2018 - 10:40 Por TV Brasil

Últimas

O que vem por aí