Walter Hugo Khouri escreveu e dirigiu 25 filmes ao longo de 50 anos de carreira. Ele é conhecido por um estilo muito pessoal de filmar, pela densidade e conteúdo poético de muitos de seus filmes. Para falar do trabalho de Khouri, Vera Barroso entrevista o conservador-chefe da cinemateca do MAM, Hernani Heffner, o professor e pesquisador Renato Pucci, e o crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
A obra de Khouri pode ser dividida em duas partes. A primeira fase se deu entre as décadas de 1950 e 1960. Ele fez filmes de arte, que falavam da angustia existencial das pessoas que viviam nos grandes centros urbanos, em especial a cidade de São Paulo, onde ele viveu e trabalhou a vida toda. Khouri fez um cinema intimista, muito ifluenciado por Bergman e Antonioni. Apesar da boa qualidade, foi criticado por criar um arte inspirada em moldes europeus, distante da estética revolucionária e terceiro mundista defendida pelo pessoal do Cinema Novo.
A segunda fase do cinema de Khouri, a que ele dirigiu na década de 1970, é composta de produções de baixo orçamento e com gosto muito duvidoso. Khouri foi um dos diretores que mais dirigiu pornochanchadas no Brasil. Críticas à parte, a verdade é que na década de 1970, o cinema brasileiro viveu um de seus piores momentos, tanto pela censura imposta pela ditadura, quanto pela dependência de verbas públicas para suas produções. Mas isso não desmerece em nada o cineasta Walter Hugo Khouri, personagem de hoje do De lá pra cá.
Programa exibido originalmente em 31 de outubro de 2013.
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