"Não posso ficar nem mais um minuto com você, sinto muito amor mas não pode ser". A letra da famosa canção Trem das Onze faz parte do imaginário coletivo. Mas, poucos conhecem o compositor que está por trás da música. É Adoniran Barbosa, sinônimo de São Paulo e do samba paulista. E para relembrar a trajetória desse radioator e cantor de samba, o programa De Lá pra Cá entrevista o biógrafo de Adoniran, Celso Campos; os parceiros do compositor, Paulo Vansolini e Carlinhos Vergueiro; e o grupo Demônios da Garoa, grande intérprete do artista.
Assim como Noel Rosa é identificado com o Rio de Janeiro e Dorival Caymmi com a Bahia, Adoniran é um símbolo de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), mudou-se para Santo André aos catorze anos. Levava uma vida típica de paulistano, foi tecelão, pintor, encanador, serralheiro, mascate e garçom. Hoje o compositor é reconhecido como um dos grandes responsáveis por apresentar o cotidiano dessa metrópole ao resto do país.
Aos 23 anos, participa de um concurso de calouros na Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1935, passa a utilizar seu nome artístico. Na verdade, se chamava João Rubinato. Dez anos depois, estreia como ator de cinema no filme Pif-Paf, mas sua consagração veio em O Cangaceiro, de Lima Barreto. E, ao mesmo tempo, era cantor, compositor, disc-joquey, locutor e ator de programas humorísticos. Chegou a interpretar 16 personagens em um programa de humor na Rádio Record.
Apesar do seu talento, Adoniran teve uma vida simples e morreu pobre em 1982. Mas suas músicas não foram esquecidas. Composições como Saudosa Maloca - primeiro sucesso gravado pelo Demônios da Garoa - Samba do Ernesto e Trem das Onze continuam nos repertórios de artistas e rodas de samba.
Livre
Horário: domingo, às 18h.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
