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Lançamento do DOCTV América Latina leva documentários inéditos a mais de 28 milhões de pessoas do continente

O Teatro Franco Zampari, em São Paulo, virou cinema na noite da última

DOCTV América Latina II

O Teatro Franco Zampari, em São Paulo, virou cinema na noite da última terça-feira (17). O local foi palco para o lançamento da segunda edição do DOC TV América Latina. Fruto de uma parceria inédita entre produtores independentes, autoridades nacionais e emissoras públicas dos países envolvidos, como a TV Brasil, o projeto selecionou documentários de 14 países para receber financiamento do Programa de Fomento à Produção e Teledifusão de Documentários Latino-americanos.

"Para nós, da TV Brasil, é uma alegria imensa acompanhar o sucesso desse projeto", disse o diretor-geral da TV Brasil, Paulo Rufino, durante a abertura do evento. "O documentário é o formato ideal para expressar diferenças culturais. E a TV Brasil se preocupa em retratar essa diversidade em sua programação", completou.

A transmissão do DOC TV América Latina será dada em um circuito de teledifusão integrado, do qual fazem parte as respectivas emissoras públicas de cada país.Os 14 documentários inéditos começam a ser exibidos na TV Brasil nesta quinta-feira (19), às 23h (confira lista abaixo). A estreia começa com o documentário uruguaio Com as Mãos na Terra, da diretora Virginia Martínez, que reconstrói toda a trama do processo de escavações na busca dos desaparecidos políticos, que marca o antes e o depois da história do país.

"O DOCTV permite aos realizadores a exibição de seus trabalhos em uma escala impensável nos canais tradicionais de distribuição", disse a argentina Angeles Anchou, produtora executiva desta edição do projeto. Angeles estima que os documentários, ao serem exibidos nas TVs públicas dos países, cheguem a pelo menos 28 milhões de pessoas, sendo 15 milhões por meio das TVs públicas brasileiras e 1 milhão em cada um dos países participantes. No Brasil, os documentários serão transmitidos pelas emissoras da Rede Pública de Televisão, coordenada pela TV Brasil, e pela TV Cultura de São Paulo.

Para o secretário do audiovisual, Newton Cannito, o time formado pelas TVs públicas e pelo Ministério da Cultura tem realizado trabalhos importantes para o sucesso do audiovisual brasileiro. "Temos a coragem de desempenhar o principal papel das TVs públicas que é o de correr riscos e, com isso, permitir o surgimento de coisas novas na televisão", comemorou o secretário.

Além do Brasil, integram a rede do DOCTV outros treze países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Panamá, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Iniciativa da Conferência de Autoridades Audiovisuais e Cinematográficas da Ibero-América (CAACI), o projeto foi criado a partir da experiência do DOC TV brasileiro, que desde 2003 fomenta a produção de documentários nacionais.

Antes da etapa de produção, os diretores e produtores participaram de uma oficina de Desenvolvimento de Projetos em Havana, Cuba, organizado pela Unidade Técnica do Programa e a Fundação do Novo Cinema Latinoamericano (FNCL) com o apoio do Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográficas (ICACI) e a Escola Internacional de Cinema e Televisão (EICTV).

Após a cerimônia, foi exibido o documentário "Laura", representante brasileiro no DOCTV América Latina II. Dirigido por Felipe Barbosa, o longa conta a história de Laura, uma imigrante brasileira em Nova York (leia sinopse abaixo).

Confira os documentários que serão exibidos na TV Brasil, toda quinta-feira, às 23h.

19/08 - As mãos na terra (Uruguai)

O documentário uruguaio, da diretora Virginia Martínez, reconstrói toda a trama do processo de escavações na busca dos desaparecidos políticos, que marca o antes e o depois da história do país. Pela primeira vez, um grupo de arqueólogos da Universidade da República entra em um quartel no Uruguai. Sua missão: escavar à procura dos restos mortais de presos políticos que desapareceram durante a ditadura militar. Porém, os corpos não aparecem e este acontecimento tenta desmentir a afirmação de que, quando se comete um crime, a dificuldade não reside no ato criminoso em si, mas em apagar os vestígios. Finalmente, ao fim de 100 dias de escavações, a terra revela seu segredo e os primeiros corpos são localizados. O documentário traz à tona a polêmica gerada nessa busca e mostra claramente a mão de uma cineasta comprometida com a realidade política de seu país. Trata-se de um relato ccomovente da história uruguaia, que foi filmado enquanto o país vivia a ascensão ao poder do agora presidente José "Pepe" Mujica, um dos fundadores do movimento Tupamaros.

Diretora: Virginia Martinez

Duração: 52 min.

26/08 - Memória de uma carta perdida (Argentina)

Uma viagem no tempo entre a década de 70 e a atualidade, feita pelas mãos de cinco mulheres (uma delas, a própria diretora do filme) que compartilharam a prisão política na Argentina em diferentes períodos. Quase 25 anos depois, um acontecimento inesperado as une: a descoberta de uma carta de memórias de prisão, dada por perdida em 1983, quando sua autora (também companheira de cativeiro) se suicidou em Paris.

Diretora: Cristina Raschia

Duração: 52 min.

2/09 - Bala perdida (Bolívia)

Conta a história pessoal de Mauricio Durán Blacut,diretor do documentário, que em janeiro de 1982 perdeu o irmão que cumpria serviço militar. Segundo os peritos militares, a morte foi provocada por uma bala perdida. Desde então, a família de Maurício tomou a decisão de marginalizar sua memória e esquecê-la, por auto-proteção e obrigação. Mas a memória do diretor, com apenas um ano e oito meses na época da morte, apesar de não armazenar nenhuma imagem do irmão, não esqueceu o ocorrido.

Diretor: Mauricio Durán Blacut

Duração: 52 min.

9/09 - 100.000 (Porto Rico)

Trata do problema do abandono de cães vadios em Porto Rico. O título refere-se aos mais de 100 mil cães de rua do país. O documentário investiga a causa desse problema por meio de entrevistas com especialistas nas áreas de resgate de animais, saúde e bem-estar, e por meio do impacto econômico e turístico gerado.

Diretor: Juan Márquez

Duração: 52 min.

16/09 - No corpo errado (Cuba)

Uma viagem para dentro da vida de Mavis, um transexual cubano que, vinte anos depois de sua cirurgia de mudança de sexo, questiona a forma como foi construída sua feminilidade: a partir de estereótipos e preconceitos da sociedade machista e patriarcal.

Diretor: Marilyn Solaya

Duração: 52 min.

23/09 - As cinco vidas de María Rodríguez (Costa Rica)

Construído a partir do nome mais popular do país, narra a história de vida de cinco mulheres de mesmo nome e vidas muito diferentes. As histórias se passam em cenários como a sala de emergência de um hospital, um mercado, uma vara familiar, um refeitório escolar e um ensaio de uma orquestra filarmônica. Ao final, uma festa reúne mais de 100 Marías Rodríguez.

Diretores: Alonso Arias e Gustavo Loría

Duração: 52 min.

30/09 - Sítio 53 (Chile)

Maria, uma humilde mulher de etnia Pehuenche, está parada à beira de uma grande represa no sul do Chile. Ela espera para saber se poderá recuperar os restos do cemitério de sua comunidade, inundada pelas águas em razão da negligência da empresa proprietária da empresa. Se não lhe permitirem tirar os restos de seus antepassados, lutará para esvaziar o lago artificial.

Diretor: Rodolfo Gárate Cisterna

Duração: 52 minutos

7/09 - Laura (Brasil)

Há 25 anos, Laura sai todas as noites para as festas mais badaladas, freqüenta os restaurantes mais caros da cidade, fura as pré-estreias dos filmes mais quentes e, no entanto, mora numa espécie de cortiço em Manhattan onde tem que dividir o banheiro com os demais moradores do andar. Fazer-se vista e reconhecida, numa luta constante contra o fracasso e o anonimato, é a única maneira de Laura se manter viva. O filme questiona o que significa sucesso; examina o medo do retorno à pátria; a pressão inconsciente de uma família abandonada em Curitiba, e a criação consciente de uma fantasia como forma de proteção.

Diretor: Fellipe Gamarano Barbosa

Duração: 52 min.

14/09 - Uma fronteira, todas as fronteiras (México)

Em um parque dividido por um enorme muro que delimita a fronteira entre o México e os Estados Unidos, uma família se reúne depois de permanecer muito tempo separada. Não podem, contudo, se abraçarem, pois um muro os divide e o único contato dá-se por meio de um pequeno buraco da cerca. O pai da família está do lado norteamericano, enquanto que a mulher, os filhos e a mãe se encontram do lado mexicano.

Diretor: David Pablos

Duração: 52 min.

21/09 - A fronteira (Peru)

O diretor, cujo pai é um nativo da Amazônia e a mãe, uma mestiça andina, criou-se ignorando suas raízes. Em uma viagem até a comunidade Marankiari, na selva central, ele conheceu dois índios Ashaninka que, por viverem perto da cidade, perderam muito de sua riqueza cultural. Com eles, David viaja a Shimuyani, no coração da Amazônia, onde os Ashaninka de Marankiari se reconciliam com suas raízes.

Diretor: Salomón Senepo González

Duração: 52 min.

28/09 - Retratos da ausência (Colômbia)

Retrata a vida de Lina, Andrés e Tandit, três crianças que foram criadas por familiares porque seus pais foram obrigados a deixar a região em busca de melhores oportunidades de trabalho. O filme foi realizado em Villa Paz, Robles e Quinamayo, três pequenos distritos localizados a sudoeste do Vale do Cauca.

Diretora: Camila Marcela Rodríguez Triana

Duração: 52 min.

4/11 - Para vestir santos (Venezuela)

É uma viagem visual através de retratos de personagens emblemáticos: os que ficaram a vestir santos, os solteirões. São histórias de vida que mostram a forma como interpretamos o mundo, como é ser solteiro, como se estende o conceito de amor a outras possibilidades de amar para além de um modelo de vida.

Diretor: Rosana Matecki

Duração: 52 min.

11/11 - Além do mall (Equador)

É possível definir e qualificar o cinema de um país? É viável fazer cinema no Equador? Há público para o cinema latinoamericano? Essa são as interrogações que o diretor se faz, depois que o seu último filme foi um fracasso econômico ao não conseguir exibí-lo em nenhuma sala de cinema.

Diretor: Miguel Alvear

Duração: 52 min.

18/11 - O último soldado (Panamá)

Fala sobre a retirada das tropas militares, a transferência das terras e a administração do Canal por meio de muitas lutas ao longo de quase 100 anos de presença norte-americana no país. O propósito do projeto é mostrar os acertos e desacertos das ações panamenhas independentemente da presença norte-americana e mostrar um povo em busca de sua identidade depois de retomar o controle de seu território.

Diretor: Luis Romero

Duração: 52 min.




Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 18/08/2010 - 12:54 e atualizado em 18/08/2010 - 12:54

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