Há feitos memoráveis na Olimpíada de Pequim, momentos que entraram para a história dos Jogos. Mas o que vimos na prova do salto com vara é algo inacreditável. Sumiram com a vara que a brasileira Fabiana Murer usaria para saltar e, quem sabe, brigar por uma medalha. Em plena Olimpíada! E se tivesse sido no Pan? O que estariam dizendo de nós, pobres brasileiros? Seria eliminação sumária na corrida para sediar os Jogos de 2016.
É certo que a medalha de ouro dificilmente viria para nós. Nem sei se a prata ou bronze. Mas ela, Fabiana, simplesmente foi impedida de competir. Quando a vara apareceu a atleta finalista olímpica já não estava mais lá. A Fabiana que tentou saltar era uma competidora sem concentração, tensa, sem condições para brigar por um resultado dentro de suas reais condições. E o pior de tudo é que não há outra chance, não cabe recurso, não há outro dia para ela voltar ao estádio. Perdeu e pronto: jogaram fora quatro anos de preparação. Se a gente tanto fala mal dos nossos árbitros de futebol, o que dizer dos que organizaram a prova? No quesito "causar prejuízo ao atleta" eles ganharam medalhas de ouro, prata e bronze de uma só vez.
Sem dúvida Pequim não está sendo bom para o Brasil. Não fosse César Cielo e estaríamos amargando uma posição muito ruim no quadro de medalhas. O desempenho é tão baixo que até o bronze conquistado pela judoca Ketleyn Quadros passou quase despercebido. A menina deu para o país a primeira medalha olímpica conquistada por uma mulher em competições individuais. E isso é muito. Mas os tropeços e quedas de outros judocas, do Diego e da Jade, do Thiago Pereira e agora o sumiço da vara estão chamando mais a atenção, infelizmente.
Mas ainda há esperanças de uma subida no quadro de medalhas. E mais uma vez pelas mulheres, no futebol, na praia e no vôlei. As meninas golearam a Alemanha por 4 a 1 e vão novamente para uma decisão. Eu aposto nelas, pois se havia tabu era contra as alemãs e esse já foi derrubado. Na praia a tarefa não é fácil, mas no vôlei de quadra estamos sobrando.
Já os meninos podem nos dar medalhas também, é claro. No campo, o grande teste virá agora contra os argentinos. Na praia, já garantimos a prata, com uma semifinal sendo brasileira. E, na quadra, nosso vôlei supercampeão precisa, mais uma vez, dar aquela famosa volta por cima.
É claro que estou sendo otimista, mas quem não é? O ouro é possível, sim, nas seis modalidades. Exagero seria pensar, semana passada, que hoje o Botafogo estaria no G-4. E ele está! Nem o técnico, os jogadores e a torcida sonhavam com isso, ao menos agora. Portanto, vamos ser otimistas.
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