Prestes a completar 80 anos, Suely Franco é uma atriz que não pensa em parar. São quase 60 anos de profissão, seja no palco dos teatros, seja na frente das câmeras de novelas e filmes. "Eu agradeço a Deus por estar fazendo aquilo que eu gosto, porque para ator que gosta da profissão, ficar parado é a morte", diz.
Nascida no Rio de Janeiro, começou a atuar aos 21 anos, na companhia Teatro dos Sete, dos atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres. Estreou com a peça O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. De lá pra cá, esteve em 89 peças e em incontáveis trabalhos na TV, onde interpretou personagens marcantes como Dona Benta, no Sítio do Picapau Amarelo e a Mimosa, de O Cravo e A Rosa. Ela está no ar como a divertida Marlene, na novela A Dona do Pedaço.
Na conversa com a apresentadora Roseann Kennedy, Suely relembra outros trabalhos marcantes. Entre eles, a peça Amanhã, Amélia, de Manhã, escrita por Leilah Assumpção. A atriz conta que durante o laboratório com outros atores, começou a se ver na personagem principal, a Amélia. "Eu pensei: 'meu Deus, eu sou essa coisa horrorosa que eles estão falando, não é possível, eu tenho que mudar, eu não posso ser assim'. Aí, eu mudei e acabou o casamento", diz sobre seu segundo casamento, com o ator Carlos Koppa.
Bem-humorada, a atriz revela preferência por musicais. Ela conta que sempre gostou de cantar e dançar. "A gente, quando está fazendo isso no palco, esquece de tudo". Mas nem tudo são flores na profissão, adverte."A pior coisa é ter que decorar. Porque se não decorar certo, você não vai fazer nada. Então, eu escrevo, porque eu não tenho memória auditiva, eu tenho memória visual", revela.
E ainda dá conselhos a quem está começando: "As pessoas têm que fazer teatro, televisão, querendo representar. Porque muita gente vai querendo aparecer. Aí, não acontece. O negócio é o gosto pelos personagens", conclui.
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