O Estácio do samba; Copacabana do samba-canção e da Bossa Nova. Alguns gêneros musicais ou mesmo fases da Música Popular Brasileira podem ser contados através dos bairros cariocas. Com seus tipos, poetas e músicos, esses redutos foram e continuam sendo referência do que a MPB produziu e vem produzindo ao longo de décadas.
Quando Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, compôs “Copacabana”, em 1947, década em que Copacabana mereceu do mundo o reconhecimento de ser a “princesinha do mar”, o bairro explodiu em popularidade. Copacabana passou a ser uma grife mundial e tudo o que se referia a ela vendia e encantava o mundo. O principal ponto de contato era o Hotel Copacabana Palace que, construído no início do século passado, hospedou celebridades daqui e de fora e serviu de cenário para produções cinematográficas nacionais e internacionais.
Dóris Monteiro, a famosa “menina de trança”, soube viver esta fase, nos anos 1950, quando passou a se apresentar no Copacabana Palace. Na sua biografia consta, inclusive, o papel de estrela no filme "Copacabana Palace", uma produção italiana dirigida por J. Teno, com participações de Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá, como atores. Não há porque estranhar as presenças desses nomes no filme, se considerarmos que na década seguinte, eles fariam Copacabana ser conhecida como o berço do samba-canção e templo da Bossa Nova.
Era no bairro que se localizava o Beco das Garrafas. No beco, enfileiravam-se um “inferninho” chamado Ma Griffe; o bar Bottle's; a boite Baccarat, um dos marcos da Bossa Nova; e, finalmente, o Little Club, pioneiro dos shows de bolso. Dóris Monteiro brilhou neste ambiente que também abrigou a carioca de Botafogo criada em São Paulo, Eliana Pittman.
A história e herança dos anos dourados de Copacabana e do Copacabana Palace, sua principal referência, foram mantidos por Eliana Pittman nos tradicionais Bailes de Gala. Evidência de que o Rio de Janeiro cria e preserva o charme.
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