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Legalização da Maconha no Uruguai

Programa analisa se a experiência uruguaia pode se estender aos países

Observatório da Imprensa

No AR em 20/08/2013 - 23:00

Pauta

Editorial

Dos Telespectadores

Assista na Íntegra

 

Pauta:

O Uruguai está prestes a regulamentar a produção da maconha no país. O projeto, proposto pelo governo de José Mujica, regulamenta o cultivo, a venda e o consumo da planta. A iniciativa do Uruguai serve de laboratório para os outros países da América Latina que enfrentam sérios problemas no combate ao tráfico de drogas.

A lei, que deve ser aprovada pelo Senado e sancionada ainda este ano, prevê que todo habitante do país com mais de 18 anos terá direito a comprar na farmácia até 40 gramas de maconha por mês.

No Uruguai, o consumo da droga é legal. A Constituição garante que atos pessoais e privados, desde que não afetem terceiros, não podem ser proibidos pelo Estado ou pelo poder Judiciário. Com a recente decisão do Congresso, o controle da droga passará a ser feito pelo Estado.

A justificativa do Presidente Mujica é que o aumento da criminalidade no país está associado ao consumo e ao tráfico de entorpecentes. Mas já adiantou que, se a iniciativa não der certo, deve ser repensada.

Para debater o assunto, Alberto Dines conta com a participação da filósofa e psicanalista Viviane Mosé, do psiquiatra especialista em dependência química Jorge Jaber, do desembargador Wálter Maierovitch e do diretor de Redação da Revista Superinteressante Denis Russo Burgierman. O programa ouviu também a opinião do sociólogo e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

 

Editorial:

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Ousar, esta é uma das principais funções da imprensa. Bem comportada, resignada aos tabus, intimidada por vetos e embargos religiosos, sociais e políticos, uma imprensa abdica do seu atributo primal – a capacidade de abrir caminhos, inovar e liderar a sociedade.

A questão da despenalização da cannabis, a popular maconha, não estava interditada, mas não era estimulada. Por quê? Porque incomoda, porque levanta questões correlatas e extremamente inconfortáveis.

Quando, há três semanas, a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou o projeto do presidente José Pepe Mujica para liberar a produção, distribuição e consumo da erva, nossa mídia não se entusiasmou, ao contrário, achou melhor desconversar, abafar.

O site do Observatório estrilou e alguns veículos – com a Folha à frente – preferiram assumir o seu papel e colocar a maconha na pauta dos debates.

Conhecemos as enormes diferenças entre o Uruguai e o Brasil, reconhecemos que a maconha não é, repito, não é inofensiva. Faz mal. Mas a melhor, e talvez única maneira de desarticular o narcotráfico, consiste em eliminar a sua razão de existir: sua capilaridade e eficiência como canal de distribuição. A polícia até agora não conseguiu, ao contrário, corrompeu-se. Nossas prisões estão abarrotadas com infratores que poderiam ser desintoxicados e reintegrados.

O presidente Barack Obama e o seu secretário de Justiça também ousaram e recomendaram aos promotores e juízes federais que abrandem as penas. Alguns estados estão falidos.

É preciso quebrar tabus, mudar paradigmas. E só quem pode fazê-lo é uma imprensa aberta, pluralista, cônscia de suas responsabilidades.

 

Dos Telespectadores:

E-mails:

Willian, Curitiba / PR
Eu pesquiso e me interesso muito por este assunto. Quando se fala em legalização, descriminalização e regulamentação, as pessoas do senso comum acham que vai liberar geral e se esquecem que já está liberado, pois se compra em qualquer lugar, em qualquer quantidade e traficante não pede identidade. A população precisa entender que, se a maconha estiver controlada, vai ficar mais restrita do que está hoje.

Telefonemas:

Erivan Rodrigues da Silva, Pará - Estudante de Geografia
Dr. Jaber, o que melhoraria o sistema anti-drogas do Brasil? O que pode ser feito para se alterar esse panorama que só piora desde os anos 90?

Alexandre Campos, Vitória / ES - Consultor de vendas
Por que os psiquiatras insistem em não aceitar os novos estudos acerca do consumo da maconha e continuam presos nos estudos arcaicos dos anos 60 e 80? Por que isso acontece?

Sérgio Khair, São Bento de Sapucaí / SP
Depois dessa fala maravilhosa da Viviane, eu sugiro que mudemos o lema de nossa bandeira para "desordem e progresso".

Álvaro Cardoso, Rio de Janeiro – Guarda Municipal
A liberação da maconha abre precedentes para liberar drogas mais fortes?

Vilson Rodrigues, São Paulo – Professor de Música
Qual o peso da moral cristã na discussão desse assunto pesado que é a liberação da maconha?

Osvaldo Dalvi, Brasília / DF
Estou gostando muito do programa, enquanto tomo minha taça de vinho, como fui educado pelo meu pai desde bebezinho.

Lúcia Hellena, Vila Velha / ES – Educadora
Parabenizo a equipe e gostaria que fosse tratada a questão da Suécia com a maconha. A Suécia legalizou a droga e depois regressou na sua decisão. O que ela poderia colaborar para esse debate que é tão atual e que a mídia não se importa em falar?

Valéria Oneto, Rio de Janeiro – Advogada
As pessoas que defendem a legalização já pararam para pesquisar sobre o câncer que essa droga pode causar na garganta?

Viviane Pereira, São Paulo – Vendedora
Será que essa medida adotada pelo Uruguai funcionaria em território brasileiro? O Brasil estaria preparado?

João Carlos, Bahia – Taxista
A doutora disse que o ser humano é dotado de uma ordem e desordem. As drogas não seriam a perpetuação dessa desordem que é contínua por conta do vício?

Paulo Afonso, Brasília / DF– Estudante de Relações Internacionais
O governo brasileiro teria meios de regular o cultivo da maconha, caso fosse legalizado?

 

Assista na Íntegra:




Apresentação: Alberto Dines

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Criado em 16/08/2013 - 19:46 e atualizado em 03/09/2013 - 20:47

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