O Oncotô? Expedição Sul desta semana destaca a história da luta pela preservação e valorização das diferentes línguas, culturas e identidades indígenas no Brasil. E fala da tentativa de apagamento da cultura destes povos, do genocídio no passado, e da história recente da recuperação desses valores, com testemunhos de indígenas e não-indígenas envolvidos com as tradições desses povos.
Jorge Mautner fala da diversidade dos povos indígenas no Brasil e contextualiza os impactos gerados nesses povos pela chegada européia, e as características promovidas por esse encontro na amálgama brasileira.
O cacique guarani João da Silva, em território guarani em Biguaçu, Santa Catarina, conta como os colonizadores negaram que os índios possuíam línguas próprias e, a partir daí, buscaram a imposição da língua portuguesa em substituição às línguas originaisdos indígenas.
Ainda em Biguaçu, o missionário Clóvis Silva, experiênte com povos indígenas, conta a história do encontro dos povos originais do Brasil com os jesuítas durante a colonização do território. A partir do relato de situações que vive, demonstra como a manutenção da língua própria é um importante instrumento de resistência indígena e como é problemática a intervenção não-indígena nos processos dessas línguas.
Na aldeia Charrua, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a cacica Acuab fala da luta pela afirmação do povo Charrua no sul do Brasil. Nos episódios que ela narra, vê-se o uso da língua original de seu povo como instrumento de orgulho e insubordinação, e entende-se o tipo de questão vivida por quem empreende essa luta.
Em Curitiba, Paraná, o radialista Maikel Monteiro fala sobre a música caipira, produto direto do encontro dos colonizadores com os povos ameríndios, e os músicos Nésio e Alcebíades, pela história de suas vidas e de suas produções musicais, dão exemplo da história desse gênero musical no Paraná e sua relação com a vida no campo.
No episódio, o historiador Kaingang Danilo Braga, na aldeia Kaingang, em Porto Alegre, fala sobre a educação como espaço para afirmação da identidade indígena. Ao dimensionar o genocídio e a opressão cultural sofrida pelos povos originais da América, ele compara a proporção de pessoas indígenas na população brasileira com a de outros países e descreve a variação desse número ao longo da história. O historiador também revela que houve crescimento no número de indígenas no Brasil, associando esse fato à vitória daquilo em que acredita: que o índio orgulha-se de sua identidade.
Finalizando o programa, a antropóloga Maria Lúcia Montes dá o tamanho da longa história de violência causada pelo colonialismo e seus males conexos para mostrar que é apenas com o início da reversão desse quadro que as identidades oprimidas podem ganhar espaço e promover a justa recuperação de sua história e cultura.
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