A relatora da ONU Agnes Callamard pediu investigação imediata, independente e imparcial sobre o caso.
Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, foi assassinado durante uma operação realizada pelo Exército e pela polícia no Complexo da Maré, zona norte do Rio. Ele estava a caminho da escola, portanto usava o uniforme da rede pública, quando foi baleado na barriga e morreu no hospital.
A especialista em direitos humanos das Nações Unidas expressou preocupação com a militarização das operações de policiamento no Brasil e com o fato de a legislação permitir a tribunais militares investigar e julgar assassinatos intencionais de civis, cometidos por agentes das Forças Armadas. Na avaliação de Agnes Callamard, a Justiça Militar deve julgar apenas militares acusados de crimes de natureza exclusivamente militar ou violações na disciplina militar.
Uma outra preocupação manifestada por ela é em relação à proposta de reforma sobre legítima defesa, que está sendo analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Pela proposta, a autodefesa passaria a ser presumida em qualquer caso em que um agente público de segurança mate ou agrida qualquer pessoa que porte ilegalmente uma arma de fogo de uso restrito.
Essa segunda-feira (30) teve mais uma noite de violência no Rio, com tiroteio na Comunidade do Rola, zona oeste. Os moradores sofrem com essa situação desde o fim de semana.
Cinco pessoas foram presas até agora. Entre elas, quatro Policiais Militares acusados de facilitar a ação da milica para tomar a comunidade controlada por traficantes.
Por causa dos confrontos, a circulação de trens e do BRT, o sistema rápido por ônibus, chegou a ser interrompida na região. A PM informou que vai investigar se houve desvio de conduta dos agentes detidos.
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