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A polêmica reforma ortográfica é o tema do primeiro 3 a 1 de 2009

O tema do primeiro programa 3 a 1 deste ano, que será exibido nesta quarta-feira (07/01), a partir das 22 horas, é a polêmica reforma ortográfica que acaba de entrar em vigor. Os convidados são Evanildo Bechara, professor, lexicólogo e membro da Academia Brasileira de Letras; Horácio Rolim de Freitas, professor do Liceu Literário Português; e Sérgio França, coordenador Editorial da Editora Record. A apresentação e mediação serão do jornalista Aziz Filho.

Com as novas normas do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que começam a vigorar este mês, mais de 220 milhões de pessoas que vivem nos países lusófonos Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor Leste, e São Tomé e Príncipe, passam a falar realmente o mesmo idioma, respeitando as pronúncias típicas de cada país.

As modificações propostas no acordo alteram pouco mais de 1,5% do vocabulário de Portugal. E menos de 0,5% do vocabulário brasileiro.Palavras como antirreligioso, extraescolar e autoestrada, por exemplo, passam a ser escritas sem hífen. O trema deixa de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados. O alfabeto passa a contar com 26 letras, ao incorporar o "k", o "w" e o "y".

Das palavras "creem" e "enjoo" saem o acento circunflexo. Assembleia, jiboia e feiura perdem o acento agudo.// A expectativa é de que o acordo leve algum tempo para ser completamente assimilado. O período de transição vai até 31 de dezembro de 2012, quando então passará a ser obrigatório.// Até lá, as duas regras a antiga e a nova serão consideradas válidas e aceitas.

O acordo foi, finalmente aceito, depois de muita hesitação por parte do governo português que, em nome da tradição, não queria alterar o idioma de Camões. Isso sem contar com outros fatores, como políticos e mercadológicos, envolvidos na questão.

A língua portuguesa está presente em quatro continentes: América, Europa, África e Ásia, e quatro em cada cinco pessoas que a usam são brasileiras. É a sétima mais falada do mundo, mas a quarta, se se considerar que o indiano, o árabe e o chinês (mandarim) não possuem alfabeto e, portanto, não podem ser consideradas universais. Sua importância no cenário internacional é crescente, graças ao desenvolvimento econômico dos países onde é a língua

oficial, em especial o Brasil, que tem 190 milhões de habitantes e um mercado consumidor em expansão.

A unificação da ortografia é o passo mais importante para dar novo status internacional à língua portuguesa, além de aproximar efetivamente os povos lusófonos. Uma doação de livros didáticos brasileiros a Angola não beneficiou nenhuma criança porque as palavras são escritas de maneira diferente. Defensores da reforma crêem que, com a nova ortografia, essa diferença será eliminada em uma geração e a língua portuguesa será uma só em Coimbra, São Paulo, Maputo, Díli e Luanda dentro de um período curto de tempo.

A resistência portuguesa foi vencida com muita argumentação, porque Portugal não abre mão da propriedade do idioma como bem nacional, mesmo entendendo que essa propriedade é hoje internacional e muito mais brasileira do que portuguesa. As telenovelas, a pregação das igrejas brasileiras neopentecostais e a imigração forjaram uma nova realidade ao povo e ao governo português. É essa realidade, apoiada na força econômica do Brasil em comparação com Portugal , que acabou por minar e vencer a resistência à unificação da ortografia.

A proposta é que a partir de 2009, os livros impressos em português terão um só vocabulário e poderão circular comercialmente por todos os países de língua portuguesa, como ocorre com os livros em espanhol nos países hispânicos. Esta é a maior importância do acordo ortográfico e representará um salto de qualidade no idioma de Camões no contexto mundial, facilitando o ensino de português em inúmeros países.

Críticos da reforma argumentam que o verdadeiro motivo do novo acordo ortográfico é o interesse da indústria editorial, hoje segmentada nos vários países de língua portuguesa. Obviamente, a unificação da ortografia da língua portuguesa beneficiará as grandes editoras internacionais, cujas obras impressas poderão ser comercializadas em todos os países lusófonos.




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Criado em 05/01/2009 - 23:37 e atualizado em 05/01/2009 - 23:37

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