O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é o entrevistado de hoje (2/9) do programa "3 a 1", da Tv Brasil, às 22h. Pela primeira vez, Sarney admitiu que, durante seu mandato na Presidência da República (1985-90), quem deteve o poder político foi o falecido deputado Ulysses Guimarães e que, se tivesse reagido a essa tutela política de Ulysses, seria "deposto, como muitos presidentes no Brasil foram depostos". A legitimação política de Sarney veio pelo Plano Cruzado, mesmo depois do fracasso, a que se seguiu a Assembléia Nacional Constituinte (1987-88).
"Se temos um presidente equilibrado, o país vai bem"
José Sarney
A entrevista de José Sarney também concluiu a série de entrevistas com ex-presidentes da República (o programa já entrevistou FHC, Collor e Itamar Franco), iniciada com a entrevista inaugural do "3 a 1", com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 17 de setembro de 2008. Na entrevista que vai ao ar hoje, Sarney comentou a longa crise do Senado e disse que, nesse episódio, foi injustiçado.
Político atualmente com mais tempo na política no Brasil - Sarney começou sua carreira política como deputado federal em 1955 e só no Senado já exerceu 34 anos de mandato, dois a mais do que Rui Barbosa - o presidente do Senado lamenta, na entrevista, que o Congresso não tenha feito uma reforma política séria, o que leva o país a se sustentar na figura do presidente da República. "Se temos um presidente equilibrado [como Lula], o país vai bem", disse.
"A Dilma é a continuidade do governo Lula. Se está dando certo, não tem porque mudar"
José Sarney
Na entrevista concedida aos jornalistas Luiz Carlos Azedo (âncora do programa), Helena Chagas (Tv Brasil) e Sérgio Fadul (O Globo), José Sarney disse que foi praticamente obrigado a disputar o terceiro mandato como presidente do Senado, porque senão o PMDB ficaria sem representação na Mesa Diretora, mesmo sendo o maior partido na Casa. A crise, segundo ele, não vai manchar sua biografia. "Por que estou sendo crucificado? Eu não sei", desabafou Sarney. Sobre as eleições de 2010, ele não quis arriscar palpite, mas afirmou: "A Dilma [Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil] é a continuidade do governo Lula. Se está dando certo, não tem porque mudar", disse José Sarney.
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