Em entrevista ao programa 3 a 1 desta quarta-feira, o assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, vai tratar de sua relação com o Itamaraty e negar interpretações de que interfere nas ações da chancelaria brasileira. Ao longo do período democrático, segundo ele, tornou-se comum a figura dos assessores especiais no Palácio do Planalto. Na conversa para o 3 a 1 da TV Brasil, Marco Aurélio Garcia dá sua opinião sobre temas da política externa, a exemplo da crise em Honduras. Na sua avaliação, não foi uma "fria" o Brasil ter dado abrigo a Manuel Zelaya. "Faz parte da diplomacia", ressalta. O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebate também as críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de que muitos dos atos do governo teriam caractaerísticas de campanha eleitoral: "O presidente do Supremo deve falar nos autos. Na minha modestíssima opinião", respondeu Marco Aurélio Garcia durante o programa, gravado em Brasília.
Marco Aurélio Garcia foi entrevistado pela diretora de Jornalismo da EBC, Helena Chagas; pelo repórter da TV Brasil, Roberto Maltchik; e pela colunista do jornal Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde.
Abaixo, alguns trechos da entrevista de Marco Aurélio:
Sobre a Venezuela
"O estilo de governo da Venezuela é distinto do nosso. Assim como a cultura
é diferente. A relação que o Brasil deve estabelecer com a Venezuela é uma
relação de Estado para Estado e não uma relação de afinidade com o
governante."
Sobre Liberdade de Imprensa na América Latina
"O Brasil pode atuar pelo seu exemplo."
Sobre a crise em Honduras
"O Brasil foi posto na Berlinda depois que o presidente Zelaya pediu abrigo.
Não foi uma fria para o Brasil. O que aconteceu, o abrigo a presidente
Zelaya, faz parte da diplomacia."
"Não acho que os EUA estejam sendo omissos. Mas eles não estão participando
ativamente."
Sobre as FARCs, na Colômbia
"Temos uma posição clara: não vamos fazer nada em desacordo com o presidente Uribe."
Sobre eleições 2010
Vice da Dilma Russef
"O melhor vice será definido pelos blocos políticos. O PMDB é uma boa
possibilidade."
"Não quero subestimar a saída da Marina Silva. Todos nós lamentamos. Mas
prefiro ver que ela decidiu fazer carreira solo. A oposição quer colocá-la
em um papel que não lhe cabe. Ela não tem muitas discrepâncias com o PT, a
não ser nos temas de meio ambiente. Então, ela terá que resolver esse
problema."
"Tenho uma grande admiração pelo Ciro Gomes."
Sobre a Violência no Rio
"São problemas resolvíveis. Por exemplo, uma semana depois da escolha de Londres ( será sede das Olimpíadas em 2012), ocorreu um atentado que matou mais pessoas. Esse episódio não vai atrapalhar as Olimpíadas no Rio."
O programa 3 A 1 vai ao ar nesta quarta-feira, dia 21, às 23h, na TV Brasil.
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