Esta semana, o Arte do Artista celebra os mais obscuros objetos do desejo humano, se rebelando contra a obsolescência programada da vida moderna e destes tempos velozes em que o trambolho inútil de amanhã já foi o gadget charmoso e arrojado de ontem. E não são poucos os objetos que um dia fizeram a glória da civilização tecnológica mas que, agora, ninguém usa mais: máquina de escrever, câmera Polaroid, Super 8 e — por que não? — o meu, o seu, o nosso celular do ano passado que, a esta altura, com certeza já virou uma relíquia museológica.
Inspirado pelo filósofo francês Jean Baudrillard e seu livro O sistema dos Objetos, em que analisa a vida e a morte de objetos cotidianos, o programa faz um breve inventário da Antiguidade Moderna. Sim, porque se houve a Antiguidade Clássica, com sua influência na história da arte e da civilização, queremos falar agora de tudo que já foi moderno, novo e revolucionário no mundo dos objetos ou da tecnologia... e já morreu. Seriam esses objetos, hoje, obras de arte?
Segundo o poeta Chacal, ativista cultural e ícone da poesia marginal brasileira, são obras de arte, sim! Ele conta como sua geração de escritores ganhou o apelido de Geração Mimeógrafo graças ao objeto de copiagem clandestina — hoje já esquecido! — que permitiu a existência deste fenômeno social e literário brasileiro que iluminou os anos de trevas da ditadura militar.
Aderbal Freire-Filho aproveita a ocasião e inaugura uma estátua em homenagem ao mimeógrafo, este obsoleto objeto-herói, em frente ao prédio da UNE, no Rio de Janeiro, lugar onde ele se consagrou.
Coordenação Web: Daniel Roviriego
Produção e Criação Web: Carolina Spork e Júlia da Matta
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