"…A gente morre é para provar que viveu." Este discurso é do memorável escritor, médico e diplomata Guimarães Rosa. Ele disse essas palavras ao assumir, em 1967, a Academia Brasileira de Letras. Morreu três dias depois. Muitos dizem que parecia um presságio outros afirmam ser apenas uma coincidência. O fato é que o escritor de Grande Sertão: Veredas deixou para a literatura nacional um legado de emoções.
Neste Conhecendo Museus você vai conhecer de perto o Museu Casa Guimarães Rosa, localizado na cidade de Cordisburgo, em Minas Gerais, espaço que hoje abriga um bom acervo da vida e obra do escritor — e onde ele morou com sua família desde seu nascimento, em 1908, até os 9 anos de idade.
Inaugurado em março de 1974, o museu está instalado na bela casa com varanda lateral, cunhais de madeira pintada, paredes de adobe, cobertura em duas águas (tipicidade do telhado), vãos internos em linhas retas e acabamento singelo. O espaço conserva planta e arquitetura originais, concebido como centro de referência da vida e da obra do escritor mineiro e como núcleo de informações, estudos, pesquisa e lazer.
O museu reúne acervo de fotos, coleção com as ilustres gravatas-borboleta, aproximadamente 700 documentos textuais, toda a obra literária, originais manuscritos ou datilografados, a exemplo de Tutaméia (última obra publicada), matrizes de xilogravuras usadas em volumes como Corpo de Baile (1956), espada, bainha e diploma da Academia Brasileira de Letras, máquina de escrever, rascunhos de trabalhos e outros objetos pessoais.
No espaço também estão preservados outros registros da vida de Guimarães Rosa como médico e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural presente na literatura roseana. Aliás, esse fato está ligado ao fato do escritor ter morado na cidade mineira de Itaguara, onde permaneceu por dois anos, e onde passou a ter contato com elementos do sertão.
Um detalhe bem interessante é que em um cômodo frontal da casa foi reconstituída uma venda típica das existentes nas pequenas cidades mineiras, para representar o antigo comércio de Floduardo Pinto Rosa, pai do escritor. Na “venda de seu Fulô”, o menino Joãozito cresceu ouvindo histórias contadas pelos frequentadores do lugar.
Imperdível!
Direção: Amauri Mauro
Produção: Ana Moura
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