O Curta TV traz um panorama sobre o cinema engajado defendido por diretores de várias gerações, que revelaram verdadeiras obras- primas não só em longas mas também em muitos curtas-metragens.
O ponto de partida foi o surgimento do Cinema Novo, na década de 1960, que inaugurou um novo tempo na cinematografia brasileira. Criado no Centro Popular de Cultura - o CPC, o movimento capitaneado por Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirzman, entre outros grandes nomes, pensava o cinema como um meio de transformar a realidade, denunciando as enormes diferenças sociais do país e apontando a sua câmera para as contradições da história política brasileira.
O programa resgatou no acervo imagens do longa Cinco Vezes Favela, que reúne cinco curtas de estreia de diretores desta geração. O filme é considerado um marco do cinema engajado.
O Curta TV mostra ainda como as gerações seguintes, mesmo movidas por contextos diferentes, prosseguiram no caminho do cinema comprometido com a realidade. Uma temática muito filmada é o golpe militar de 1964, que, mais de quatro décadas depois, ainda inspira a maioria dos filmes de teor político realizados no Brasil.
O público vai assistir às imagens do curta Liberdade Ainda que à Tardinha, de Luiz Guimarães Castro, que fala da passagem do grupo teatral Living Theatre pelo Brasi,l na década de 1970, e sua prisão em Ouro Preto, Minas Gerais. O filme narra a história a partir da transformação que esta prisão provoca na vida de um jovem.
Ainda nesta edição, imagens de O Quintal dos Guerrilheiros, de João Massarolo, outro filme que registra a repressão política através de uma poética fogueira intelectual. Nele, três amigos, vividos por Caio Blat, Cinthya Falabella e Rafael Primo, se reúnem no quintal de uma casa para queimarem livros e filmes proibidos pela ditadura.
O programa vai exibir ainda uma matéria sobre os polos regionais de produção de curtas, como Recife. Famosa por sua efervescência cultural e por refletir na arte um discurso quase sempre carregado de critica social, a capital pernambucana é uma das que mais investem na produção de audiovisual. Não é raro diretores de outras capitais se mudarem para lá a fim de fazer seus filmes. A equipe de reportagem conversou com quatro jovens curtas-metragistas pernambucanos sobre o cinema feito em Recife.
Também neste episódio, o quadro O que já fiz para realizar um filme traz um depoimento do diretor Paulo Tiefenthale, que conta como seu carro entrou no curta A Peruca de Aquiles e quase não saiu inteiro.
E, para fechar o programa, um cineminha de brinde. No segundo bloco, Meus Amigos Chineses, de Sérgio Sbraggia, será exibido na íntegra. O filme mostra a repressão política sob o olhar de uma criança em plena década de 1970
Apresentação: Renata Boldrini
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.