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DOCTV América Latina: diretor de Laura fala sobre o documentário

Filme brasileiro conta a história da imigrante que vive entre o luxo e

DOC TV América Latina

Representante único da segunda edição do DOC TV América Latina, "Laura", de Fellipe Barbosa, lança uma nova luz sobre a realidade dos imigrantes latinos nos Estados Unidos ao contar a história da protagonista que dá nome ao filme. Nascida em Buenos Aires e criada no Brasil, a jornalista Laura mora nos EUA há 25 anos e divide-se entre dois universos: ao mesmo tempo em que frequenta restaurantes caros e festas da alta nata da sociedade nova-iorquina, vive com dificuldade em Manhattan, em um prédio onde precisa dividir o único banheiro do lugar com os demais moradores, na maioria imigrantes ilegais. O longa será exibido na faixa da TV Brasil dedicada ao Doc TV América Latina, que estreia na quinta-feira, 19 de agosto, às 23h.

O documentário foi selecionado na etapa brasileira do DOC TV América Latina. Além do Brasil, integram a rede do Doc TV outros treze países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Panamá, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Inciativa da Conferência de Autoridades Audiovisuais e Cinematográficas da Ibero-América (CAACI), o projeto foi criado a partir da experiência do DOC TV brasileiro, que desde 2003 fomenta a produção de documentários nacionais. A transmissão do DOC TV América Latina será dada em um circuito de teledifusão integrado, do qual fazem parte as respectivas emissoras públicas de cada país.

Com a condição de terminar um documentário de cerca de 50 minutos em 180 dias, o jovem cineasta Fellipe Barbosa, de 29 anos, recebeu o prêmio de 70 mil dólares para tornar realidade o projeto de "Laura". A disputa não foi fácil: até a última etapa, realizada em setembro, Fellipe e outro concorrente encontravam-se empatados. Coube ao júri composto por Wolney Oliveira, Renato Nery, Marco Antonio Coelho, Sérgio Sanz e Dario Gularte a decisão final. Passado isso, ele embarcou para Cuba, onde participou de uma oficina de desenvolvimento de projetos, ao lado dos outros vencedores. Trocar experiências e pontos de vista com outros cineastas latino-americanos foi essencial na concepção do documentarista, que já havia tentado aprovar "Laura" em outra edição do DOC TV, voltada apenas para países de língua portuguesa.

Conforme Fellipe Barbosa explicou, o projeto de "Laura" já havia sido pensado antes, primeiramente como um curta. Depois de ingressar no curso de Cinema da Universidade Federal Fluminense, Fellipe completou os estudos e fez um mestrado na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Foi durante a sua estada lá que ele conheceu a protagonista, na pré-estreia de um filme. O estilo de vida contraditório da brasileira chamou a atenção do cineasta, que contou que uma das maiores dificuldades do filme, além do frio e da filmagem em eventos fechados, foi convencer a própria Laura. "Ela costumava dizer que não queria entregar o ouro ao bandido. O filme é uma construção ao redor desse mistério que a cerca", revelou.

Apesar de o filme retratar a situação de uma imigrante brasileira nos EUA, o diretor refuta a ideia de que o documentário seja um retrato da vida do latino nos Estados Unidos. "Rejeito essa noção sociológica do filme. Embora a história da Laura possa se aplicar a outras pessoas, ela é uma personagem única, que ama a noite e vive esta fantasia", comentou. Fellipe Barbosa ainda lembra que o caso não está diretamente ligado à noção do sonho americano: "A Laura não foi aos EUA em busca de trabalho e de bens de consumo, e sim por causa de um grande amor. O que ela vive hoje lá é bem diferente da realidade do brasileiro nos EUA, que vive humildemente", completou.

O documentário questiona o que significa sucesso, examina o medo do retorno à pátria, a pressão inconsciente de uma família abandonada em Curitiba e a criação consciente de uma fantasia como forma de proteção. Por trás do carisma de Laura, o público vai descobrindo que ela guarda muita dor e ela tem uma compulsão solitária de armazenar em seu quarto coisas que encontra nas ruas. Ela se tranca nesse espaço pessoal, tanto fisicamente quanto metaforicamente. Vale lembrar que o documentarista está presente no filme, através de imagens ou no desenvolvimento da narrativa.




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Criado em 04/08/2010 - 23:25 e atualizado em 04/08/2010 - 23:25

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