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Conselho da Ethel

"tio, castigo não adianta".

Até hoje escuto o conselho da minha sobrinha e, quando vejo o que tem acontecido nos campos de futebol ultimamente, acho que ela está coberta de razão. Conversar e tentar educar é bem melhor.

Boa parte da imprensa resolveu abraçar uma campanha que transforma o futebol brasileiro em algo de pura violência. Qualquer jogador é logo tachado de criminoso se realizar uma jogada mais dura, como se isso não fosse costumeiro no futebol, não estivesse previsto nas regras e, claro, não fosse provocado por um decréscimo da qualidade técnica deles e dos árbitros em geral.

A regra é clara quando diz que o jogador que entra num lance de maneira mais ríspida que a normal merece cartão vermelho. Sempre foi assim. Na reincidência, pega dois ou mais jogos, não importa. Mas hoje em dia até mesmo falar já implica em 120 dias de suspensão! E tem muita gente concordando com isso!

Eu sei que muitos vão achar que sou favorável à violência, o que não é verdade. Sou cristão e nunca sequer briguei. É claro que sou contrário a ela. Mas não dá para dizer que o Coelho, do Atlético Mineiro, foi "criminoso" na entrada sobre o Kerlon. Ele foi com força em excesso, perdeu a cabeça e deu um safanão no adversário. Foi expulso e pronto. Agora querem dar 540 dias de suspensão!

É um exagero, como foram as punições ao Obina e ao Renato Gaúcho. Parece que a censura voltou, agora no futebol.

O incrível, também, é que os jogadores continuem se batendo ou se empurrando, longe da bola, como se ninguém os visse. Será que não sabem da existência das câmeras? E mais: será que isso (os empurrões) só surgiu agora? E ainda: será que o futebol de hoje é mesmo violento e o do passado não era?

Eu não sei, mas me lembro, na infância, dos zagueirões, os xerifes, que tomavam conta das defesas. Batiam, e muito, e sem caneleira para proteger. E sem câmera para dedurar.

Eu sei que isso não quer dizer que devemos deixar que tudo isso aconteça. Mas, também, não podemos querer transformar o futebol em um jogo sem choque, sem rivalidade, sem provocação.

Punição, como me disse a Ethel, não adianta, ainda mais exagerada. Que tal educar? Doação, trabalho comunitário, multa, sei lá. E preparar o (futuro) jogador desde a base, com a ajuda de um treinador de verdade e, por que não, até de psicólogos.




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Criado em 25/09/2007 - 11:53 e atualizado em 25/09/2007 - 11:53

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