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Dia da saudade

O futebol se profissionalizou. Nenhuma novidade nisso, mas será que todos já assimilaram esta informação? O que dizer de jogadores que se envolvem em agressões dentro de campo, de outros flagrados em boates e de outros ainda denunciados e detidos pela polícia? Será que isso é mesmo profissionalismo? Foi para isso, para tornar atletas em super-stars, que serviu a tal profissionalização?

O futebol, quando era "amador", era muito melhor. Quando não havia visita da FIFA para saber se determinado estádio tinha condições de abrigar um jogo da Copa, estes mesmos locais, que agora ganharam o nome de arena, recebiam públicos de mais de cem mil torcedores e, com todo o desconforto do mundo, todo mundo saía satisfeito para casa, principalmente os que ganhavam. Mas até os que perdiam se alegravam, pois ao menos viam seus ídolos, jogadores com os quais se identificavam, viam bom futebol, respeito etc etc.

Eu sei que devo estar errado por ir contra a maré, mas agora, enquanto escrevo, só me vem à cabeça coisas ruins do atual futebol, brasileiro e mundial. Jogador em balada, seleção sem carisma, ausência de craques, negociações suspeitas, jogos e arbitragens ruins. E daí lembro de depoimentos de ex-jogadores, recordo de jogos do passado, ouço torcedores mais velhos do que eu e vejo que, quando eu era moleque, ir ao Maracanã era uma festa saudável, a gente tinha sempre a certeza de que, pelo menos, um bom jogo seria visto.

Quantos amigos nós temos cujos nomes homenageiam um craque do passado? E quantos jogadores conhecemos que, ao dizermos o nome, de imediato associamos a um clube? Será que daqui a 20, 30 anos, isto irá acontecer, com nossos filhos e netos? Qual jogador do Botafogo, por exemplo, merece ser homenageado com o nome do seu filho, no momento? Ou do Vasco?

Acho que ainda estou movido pelo Dia da Saudade, festejado na sexta-feira passada. Valeu a pena profissionalizar o futebol? Agora ele dá dinheiro, agentes/empresários ficam ricos, ganham rios de dinheiro, os jogadores são estrelas, bilhões são movimentados. O futebol, que era espetáculo dentro de campo, agora é espetáculo no mais amplo sentido. O que acontece dentro das quatro linhas é apenas um detalhe. Se o jogo foi ruim não importa, desde que a audiência tenha sido astronômica; a imprensa, tido acesso à rede wireless; o público, sentado em lugares marcados; os patrocinadores, alcançado seus objetivos; a segurança, funcionado de maneira perfeita; o trânsito, fluído fora do estádio; os vestiários estivessem impecáveis.

Será que é disso que o povo gosta? Que saudades de quando o gol era o grande momento do futebol.




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Criado em 02/02/2009 - 11:58 e atualizado em 02/02/2009 - 11:58

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