Os últimos dias marcaram a volta de algumas figuras ao nosso futebol. É claro que o gol de Ronaldo sobre o Palmeiras, já nos acréscimos, evitando a derrota para o Corinthians, foi o momento mais marcante do futebol brasileiro na semana que passou (eu sei que domingo é o primeiro dia da semana, mas vamos considerar os sete dias passados). Começamos pelo Ronaldo. Se o gol dele tivesse saído naquele chute, que terminou no travessão, a repercussão não seria tanta. Tinha de ser mais dramático, a Fiel precisava sofrer um pouco mais. Se o gol surgisse naquele chute, talvez nem o alambrado tivesse caído. O Romário sempre se disse "o cara", mas eu acho que ele é "um dos caras", pois o Ronaldo não deixa a dever. E se a gente avaliar uma e outra carreira, a do Fenômeno foi bem mais sofrida e vitoriosa. Cara por cara, sou mais ele.
E foi por ser a cara do Fluminense que Carlos Alberto Parreira está de volta às Laranjeiras. O clube viveu dias agitados. Primeiro a triste demissão de René Simões, que não merecia passar pelo que passou. Não há dúvidas de que é bom técnico, mas não era o perfil que interessasse a quem patrocina o Tricolor. Serviu para tirar o time do rebaixamento, mas como não é adepto de eventos sociais, nem de bajulações, dançou. O Parreira era o mais cotado já no ano passado, mas optou pela família (no que fez muito bem) e descansou. Se vai dar certo é outro problema, mas time ele tem. Até reforçado, com a volta do Fred ao futebol brasileiro. Os dois já estiveram juntos na Seleção, até mesmo numa Copa, quando Fred foi preterido pela dupla peso-pesado Adriano e Ronaldo.
Eu até me pergunto sobre qual torcida está mais feliz no momento: a do Corinthians, com Ronaldo, ou a do Fluminense, com Fred. São jogadores de gerações distintas, mas ambos com histórico na Seleção. Se Ronaldo ruma para o fim da carreira, Fred tem uma pela frente, e bem promissora. Não é um fenômeno, mas também não é um qualquer. O risco, sempre, é o de jogar no Rio, onde, infelizmente, muitos se perdem pela falta de profissionalismo reinante nos clubes.
Por fim, quem também voltou foi Leonardo Moura. Não repararam? Ele voltou à lateral direita, logo agora que passou a jogar no meio de campo. No jogo contra a Cabofriense, os três gols saíram de jogadas dele pela lateral. Não é curioso? E ali ele manda bem. Como sabe cruzar, transforma-se em arma perigosa. Só não entendo porque, quando era lateral, não aparecia por lá. O Flamengo ainda não jogou o suficiente, mas ganhou duas seguidas, marcando oito gols. Motiva a torcida, que também precisa voltar aos estádios. E ajudar o time a também voltar a decidir o Estadual. Afinal, disputar um tri, sem nem mesmo estar na decisão, será muito frustrante.
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