Conheci o então Renato em 1986, quando veio para o Flamengo. Foi lá que ganhou o "sobrenome" Gaúcho e passou a ser não apenas um representante do futebol do Sul do país, mas um craque polêmico e cheio de histórias. Não que já não fosse no Grêmio, onde conquistou inclusive um Mundial Interclubes, e por onde chegou à Seleção Brasileira. Mas no Flamengo, no Rio, Renato, agora Gaúcho, tornou-se uma personalidade.
E, como não poderia deixar de ser, tornou-se campeão e ídolo. Depois no Fluminense. Passou pelo Botafogo, pela Itália e pelo Bangu, onde parou de jogar. Virou técnico e, para muitos, até algum tempo atrás, não emplacaria na função. Mas os resultados que o Vasco tem apresentado contradizem o que se dizia do "Renatão".
O Vasco está entre melhores do Campeonato Brasileiro, apresenta o melhor começo de campeonato desde 1999 e está na semifinal da Copa do Brasil. O time ficou invicto 12 jogos sendo cinco fora de casa - e detém o recorde altamente positivo de ter cometido apenas 6 faltas na partida contra a Ponte Preta pelo Brasileirão. Há sete meses o Vasco não perde em São Januário e a defesa, que sempre foi um ponto fraco, detém a média de menos de um gol sofrido.
Renato Gaúcho passa uma imagem que não é a mais verdadeira. Lembro dele, no Flamengo, com um Escort XR3 vermelho, que era o carro da moda. Ele, ídolo de Grêmio, com um carro vermelho. E manteve o carro por um bom tempo, até comprar imóveis para todos os 11 irmãos e arrumar um bom lugar e uma forma de sustento para a mãe. O garanhão, o brincalhão e o provocador dentro de campo, na verdade, é bom filho, companheiro, amigo e, hoje em dia, ótimo pai.
Certamente é essa imagem que os jogadores do Vasco têm do seu treinador. O defeito que tinha, de criticar o grupo abertamente, foi devidamente contido. Renato é jovem ainda, tem muito a aprender. Mas tem demonstrado, com números, que o craque dos campos tem potencial para se transformar num grande treinador.
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