O apóstolo Pedro traiu suas convicções em três oportunidades e, ao ouvir o galo cantar se arrependeu. Já o técnico Caio Júnior ouviu, e viu, o Galo cantar três vezes e não se arrepende. Mesmo tendo abusado dos erros e insistido neles, o técnico, promissor e, para mim, competente, prefere dizer que a falta de fair-play do Atlético Mineiro foi o momento decisivo da derrota rubro-negra por 3 a 0, no último sábado.
Falando logo desse fato, vale lembrar que: 1) a bola era do Atlético, antes da interrupção do jogo; 2) na regra não existe a obrigatoriedade de a bola ser devolvida. Portanto, ou o time do Flamengo é muito ingênuo ou a desculpa do treinador é mesmo muito descabida.
O Atlético fez uma ótima partida, como há muito não se via nesse campeonato. Poderia ter vencido por diferença maior de gols, não fosse o Bruno. Mas o Flamengo entrou em campo mal escalado, com Sambueza de ala. Depois entrou Eric Flores, quando parecia que a entrada de Luizinho, com a passagem do argentino para o meio, seria o mais indicado. Mais tarde, nova oportunidade, mas foi a vez de Maxi ir para a ala. E, por fim, quando precisava de mais um atacante, Caio trocou seis por meia dúzia, lançando Obina (que já nem dá mais para o gasto) no lugar de Vandinho (uma luz que ficou apagada em campo, sem alguém para ligar).
Muitos erros que podem custar caro. E é uma pena que não sejam assumidos. Não existe vergonha em se admitir que errou. Aliás, o presidente Márcio Braga poderia fazer o mesmo, pois a revolta da torcida, no fim do jogo, se devia à provocação que o dirigente fez e que o torcedor, que nada tem a ver com a história, terá de responder durante toda a semana.
Incríveis foram as coincidências do jogo de sábado com o do América do México. As iniciais das equipes (A e M), o placar, o público, a certeza da vitória, a festa, o momento decisivo e até um gol de Cabañas, pelo Paraguai, nas eliminatórias da Copa, no mesmo dia. Da outra vez o Flamengo reagiu bem. Quem sabe essa coincidência também ocorre. O Urubu bem pode acordar, aproveitando o canto do galo.
Quem parece ter acordado foi a Seleção Brasileira. Mesmo contra adversário fraco, não devemos menosprezar a vitória por 4 a 0. Vencemos bem e o Brasil motivou o torcedor a ir ao Maracanã, nesta quarta-feira. A volta de Kaká deu a qualidade que faltava, e com Ronaldinho Gaúcho em forma voltaremos a ter um futebol de padrão mais elevado. Ainda falta muito para termos um timaço, mas o primeiro passo para isso foi dado no domingo. E para finalizar o raciocínio, é hora de o Canarinho cantar alto no Maracanã.
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