E lá vamos nós para a última rodada do Campeonato Brasileiro com uma série de indefinições. De certo, apenas, que nenhum time do Rio novamente luta pelo título, um corre o risco de ser rebaixado e a possibilidade de os cariocas terem de se contentar com uma vaga na Copa Sul-Americana é das maiores. Também é certo que, para conseguirem algo mais, terão de depender de outros resultados.
Não deve ser por acaso que uma das torcidas do São Paulo se chama Independente. Há dois anos os tricolores paulistas vencem com sobra o Brasileirão e, mais uma vez, estão com uma das mãos na taça precisando apenas empatar com o Goiás. Será que ainda não deu tempo de os dirigentes do Rio aprenderem como se faz? Ou ainda: melhorar um pouquinho o modo como trabalham por aqui?
É triste ver as campanhas de Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco. Times, ou clubes, que se valem de tradição e da força de suas torcidas para ainda se apresentarem como grandes do futebol brasileiro. Em campo, títulos nacionais recentes só da Copa do Brasil, com a dupla Fla-Flu. É muito pouco. Disputar a Libertadores pode até motivar, mas para ficar pelo caminho só reforça a tese de que muita coisa está errada nesse quarteto.
Não custa lembrar que desde a adoção do campeonato por pontos corridos, deu Cruzeiro no primeiro ano e, depois, só São Paulo. Este ano o Grêmio ainda pode quebrar essa hegemonia, mas a chance é reduzida. Será mesmo que o futebol paulista é tão melhor que o carioca? Afinal, nesse período, o Corinthians e o Palmeiras, dois dos grandes paulistas, visitaram a Série B algo que o Botafogo também fez.
O ano chega ao final com um gosto amargo na boca do torcedor. O Flamengo deixou o título escapar e, agora, até a tal vaga na Libertadores está indo embora. E nada de falar de arbitragens! A culpa é da equipe, jogadores, comissão técnica, o que for. Decepção talvez seja a palavra mais apropriada para definir a campanha, nesse momento. O Botafogo também perdeu sozinho. Se perdeu, na verdade. O Fluminense desandou com a derrota na Libertadores e só vai conseguir brincar na última rodada, embora tivesse time para estar em situação bem melhor. E o Vasco não conseguiu montar um time razoável e ainda se viu envolvido em brigas internas no campo político.
A torcida pode se preparar que as promessas para 2009 vão aparecer nos jornais, nos próximos dias. De nada vão adiantar se os clubes não investirem em organização, em mudança de filosofia, estratégia de trabalho. Se isto não acontecer, os clubes do Rio continuarão dependentes dos demais para voltarem a brilhar no futebol brasileiro.
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