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O ÁRBITRO E O DRIBLE

Não dá para acreditar que um árbitro de futebol tenha advertido o Philippe Coutinho para que ele não driblasse. O pior é que o próprio "moço do apito" confirmou a história, com a justificativa de que estava querendo preservar o jogador. O meia do Vasco poderia ser atingido pelo adversário e por isso o receio do tal árbitro.

É a completa inversão de valores ou seja lá o que for. O fato é que está errado. Fico pensando o que seria dos árbitros de hoje se houvesse um Garrincha em campo. Ou um Júlio César Uri Geller. Mais: como ficariam os marcadores de hoje, que não admitem um malabarismo, por se acharem ofendido. O que Juan diria no ouvido do Garrincha? Se com o Maicosuel já foi aquele espetáculo deprimente, fico imaginando como seria diante do jogador mais incrível do mundo.

Taticamente o futebol brasileiro se equiparou ao europeu, o aspecto físico prevalece e a habilidade e a criatividade ficaram relegadas, infelizmente, a um segundo plano. Mas daí a um árbitro advertir um jogador vai uma distância enorme. Ainda mais aqui no Brasil, celeiro dos grandes craques e dribladores. Eu não creio que na Europa um árbitro tomasse essa iniciativa. Vai ficar por isso mesmo?

Para que os árbitros levam para campo cartões amarelo e vermelho? Eles são as armas contra aqueles que não aceitam um drible ou que batem nos que possuem um pouco mais de habilidade. Não é dando "conselho" ao jogador habilidoso que um juiz de futebol vai tornar a partida mais atraente. Ele tem de dar condições de esse jogador se apresentar com todo o seu potencial.

Será que a Diretoria de Arbitragem da CBF orienta seus comandados a agirem dessa forma? Isto fez parte de algum curso de reciclagem? Ou quem sabe é mais uma novidade que o futebol brasileiro pretende levar lá para fora? Já imaginaram? Daqui a pouco quem driblar será advertido, passível de expulsão.

A esta altura o Philippe Coutinho já deve achar ótimo ter sido vendido tão cedo (aliás, que bobagem cometeu a antiga diretoria do Vasco). Lá fora, é claro, ele terá marcação mais cerrada, driblar será mais difícil por conta dos esquemas utilizados pelos europeus, mas ao menos a arbitragem não terá papel repressor.

Vamos aguardar os próximos jogos. E torcer para que novos valores surjam ao longo do Campeonato Brasileiro, nas séries A e B. Driblando as dificuldades que a vida impõe no começo da carreira, os marcadores e, agora, até os árbitros de futebol.




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Criado em 21/07/2009 - 14:49 e atualizado em 21/07/2009 - 14:49

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