Enquanto a novela da TV caminha para o final, a do Campeonato Estadual do Rio está a duas semanas de começar. E, apesar de tudo o que tem sido dito, eu me arrisco a afirmar que não há um favorito para o título, nem mesmo para o da Taça Guanabara.
Parece óbvio que um time que mantém a base sai na frente daquele que fez mais de 10 contratações. Mas quando muda um técnico, e a comissão técnica, o estilo de jogo é outro, as peças podem ser outras e o tal do entrosamento já não será tão perfeito assim. O Flamengo pode até levar vantagem, mas daí a se achar favorito vai uma longa distância (ainda mais depois que o presidente Márcio Braga disse que é).
O time montado pelo Fluminense é bom, aliás como nos três ou quatro últimos anos. Mas alguma coisa acontece que os resultados no campo não reproduzem a expectativa criada a cada temporada. A manutenção de René Simões foi tão importante quanto a dos jogadores do Flamengo e só nesse aspecto já se pode dizer que o tricolor não está tão atrás do rubro-negro. O time perdeu peças importantes, mas fez boas contratações.
O Vasco é quem mais mudou. Ano novo, diretoria nova, comissão técnica nova e time novo. Tomara que algumas mentes também o sejam, casos de Léo Lima e Carlos Alberto, dois famosos polêmicos jogadores. Philippe Coutinho e Alex Teixeira são outros dois bons nomes para meio e ataque, o que garante qualidade ao time. Os demais são incógnitas, mas quem não lembra do time montado pelo Fluminense, na época de Branco, Tato, Jandir e outros desconhecidos?
Falta o Botafogo. Creio que, dos quatro, é o que terá mais dificuldades, ao menos nesse início de ano. Terminou mal o ano e a nova diretoria encontrou o clube em estado ruim. As imagens do núcleo de Marechal Hermes dão pena. Há muito que o Glorioso não faz jus ao nome. E se o Reinaldo, atacante, é o nome de maior destaque para a temporada, sem dúvida que a situação não é das melhores.
E não devemos esquecer daqueles que estão se preparando há bem mais tempo e, à exceção do campeonato "armado" do ano passado, costumam surpreender. Este ano os "grandes" terão de sair de suas casas para jogar e tropeçar como favorito será bem mais provável. Muito se fala do Tigres, de sua estrutura, da ascensão à elite do futebol do Rio, e todos vamos ficar de olho nele.
Por fim, um lamento: a ausência do América. Se já não era um clássico, há alguns anos, certamente era um jogo atraente e recheado de histórias, quando enfrentava Fla, Flu, Vasco e Botafogo. Infelizmente caiu para a Segunda Divisão, mas fica aqui a torcida para que volte o quanto antes ao seu devido lugar.
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