Nélson Rodrigues já dizia que, até para tomar um Chicabom, o sujeito precisava de sorte, porque caso contrário poderia ser atropelado por um caminhão enquanto estava se deliciando com o picolé. A vida como ela é... No futebol a competência e a sorte caminham lado a lado. O primeiro exemplo: Wanderley Luxemburgo, depois de uma semana complicada, repleta de denúncias, o time dele precisava vencer por 2 a 0 para ser campeão. E não é que o Santos conseguiu bater o São Caetano?
Segundo exemplo: Ney Franco. O mineirinho, na primeira decisão de estaduais, essa foi a terceira, conseguiu com o modesto Ipatinga ser campeão mineiro, o vice foi o Cruzeiro!
Ele chegou de mansinho na Gávea, com jeito simples, e foi moldando o time. Na primeira decisão no Flamengo levou à Copa do Brasil, depois veio a taça Guanabara e o carioca.
Ney Franco tem estrela e é um dos melhores técnicos do país, porque, vamos ser sinceros, o time do Flamengo é bem mediano. Cuca também é um excelente treinador, mas não tem títulos na carreira. Boa praça, mas falta um pouco de sorte na hora das decisões. Tomara que a sorte vire a favor dele na Copa do Brasil, ele já está merecendo um título pelo excelente trabalho que desenvolveu no Botafogo.
Outro que tem estrela é Marcio Braga, presidente rubro-negro, recordista de títulos no clube. Na semana passada o Flamengo mergulhou em uma profunda crise, mas o sempre hábil e inteligente Kleber Leite afastou Juninho Paulista do elenco, depois de uma áspera discussão no vestiário, na partida contra o Defensor. Egoísta, essa é a melhor palavra que pode definir o ato do meia. Sim, ele já foi um bom jogador, vamos colocar o verbo no passado. Sim, ele foi pentacampeão, sempre é bom lembrar que estava na reserva. Não, ele não tem o direito de achar que está acima do bem e do mal. Juninho jamais poderia ter faltado com o respeito a Ney Franco. Parabéns Kleber Leite, a diretoria marcou um golaço e o título veio provar que vocês tinham razão. A partida de volta contra o Defensor no Maracanã será muito difícil, vencer por 4 a 0 é quase impossível, mas se depender da estrela de certo treinador tudo pode acontecer.
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