Já é hora do Vasco esquecer esta história do milésimo gol do Romário e voltar a se dedicar aos campeonatos. Semana passada mesmo eu escrevi que se o gol saísse em São Januário era mais do que justo, pelo tanto que o clube investiu no jogador e, até mesmo, na conquista desta meta. Pois bem, Romário não abriu mão do gol no Maracanã e o Vasco empatou no meio da semana e perdeu no domingo. Como essa Taça Rio é esdrúxula, o time somou apenas um ponto em duas rodadas e segue na liderança do Grupo B. Azar do Fluminense, que não soube aproveitar.
O 1º de Abril é o Dia da Mentira e há quem garanta que isso veio da mitologia nórdica. O dia era dedicado ao deus Loki, dos truques e das brincadeiras. Outros lembram que tudo começou quando a França, em 1564, resolveu adotar o calendário gregoriano e mudou a comemoração do Ano Novo para 1º de janeiro. Alguns franceses ficaram tão revoltados que continuaram festejando a data no começo da primavera européia. E os amigos desses, por deboche, mandavam presentes e convites falsos, o que originou a história.
Por uma coincidência do destino, causada por alguns pênaltis perdidos e, mais recentemente, pelo pé direito do Bruno, do Flamengo, o milésimo gol do Romário ficou previsto para o 1º de Abril. Mas marcar um gol num clássico não é tarefa das mais fáceis. Tudo bem que Romário se ache "o cara", mas o time do Botafogo não pensou do mesmo jeito. A busca por esse milésimo gol tomou proporções incríveis, a ponto de goleiros lamentarem não ter sofrido um gol do Baixinho. Fala sério! Tenho certeza de que o Paulo Victor, do Fluminense, tem o maior orgulho de ter deixado o futebol invicto nesse confronto. Há uma passagem bíblica que diz: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada". Só faltou um goleiro mandar essa, nas muitas reportagens feitas.
Agora o gol mil vai sair em qualquer campo, contra um adversário qualquer. O Vasco de hoje não é, nem de muito longe, o Santos de 69. E nem Romário é Pelé para escolher contra quem vai marcar. Ele ainda cantou a pedra, disse que se fosse de pênalti seria legal. Mas foi o Baixinho quem meteu a mão na bola, à la Maradona. Se em caso de gol o juiz validasse o lance, o 1º de Abril teria sido completo.
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