Se tem algo que não gosto no futebol é da interferência dos tribunais no resultado dos jogos. Aliás, nem do recurso eletrônico. Não dá para explicar ao torcedor, que foi ao jogo, vibrou e saiu do estádio feliz que, apesar de tudo o que ele viu, o time dele está punido e ainda perdeu seis pontos na tabela. No caso do Vasco, a tristeza é ainda maior, pois o jogo em que Jéferson teria sido escalado sem estar regularizado terminou em derrota vascaína.
Daí que os tais seis pontos perdidos foram tirados de outros jogos, quando tudo estava certo e o Vasco conquistou com merecimento em campo. Se é para punir, que seja com a perda do mando de campo, com multa ou até mesmo com a perda dos pontos conquistados naquela determinada partida o que seriam três pontos apenas, devidamente revertidos para o adversário. Mas seis?! E numa partida em que ainda foi derrotado? Quem acaba punido são os outros jogadores, a comissão técnica e, principalmente, os torcedores.
Não dá para não pensar em alguma manobra para prejudicar o Vasco, ou mais exatamente a atual diretoria. O ex-presidente do clube, afinal de contas, está sabidamente atuando na administração da Federação. E ele é expert em regulamento e leis, disso não se pode duvidar. Podemos até estar sendo exagerados e supondo bobagens, mas que dá para desconfiar, ah, isso dá.
O fato é que esta punição ao Vasco atrapalhou o Campeonato Carioca, que já não estava lá essas coisas. O Resende, que nada tem a ver com a história, no domingo já comemorou a classificação para a fase semifinal da Taça Guanabara, mas nesta terça-feira pode ficar de fora. Será que ele vai brigar na Justiça por isso? E se fosse o Fluminense o prejudicado? E como ficam Flamengo e Botafogo, que não sabem quem vão enfrentar e muito menos quando? E o torcedor?
Mais lamentável é que a questão pode até não ser resolvida num primeiro julgamento. O clube alega que o jogador tinha condição de jogo, comprovada pela CBF. A Federação diz o contrário e poderá querer fazer valer sua decisão. Será que vamos ter uma paralisação? Imagino qual será a reação das emissoras de TV, detentoras dos diretos de transmissão, já devidamente programadas para uma partida no sábado de carnaval e outra na Quarta-Feira de Cinzas. Não custa lembrar que muitos clubes já receberam a cota a que tinham direito e são devedores, sem muito direito a reclamar.
Só nos resta torcer para que tudo se resolva logo. Que, para o bem do futebol do Rio, partidas de seis pontos sejam disputadas apenas nas quatro linhas. E por jogadores uniformizados, sem gravatas nem paletós. Por aqueles que jogam para o público e não "para a torcida".
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