O carioca já pode se orgulhar de ter, em sua cidade, instalações esportivas de primeiro mundo. Demorou, foi necessário um prefeito sonhar e ter coragem para sediar uma edição dos Jogos Pan-Americanos, para que vários projetos saíssem do papel. Sábado estive no Maracanãzinho, pela manhã, e no Engenhão, à tarde. Um no diminutivo, outro no aumentativo, mas ambos no tamanho certo para receber atletas, imprensa e a torcida.
É claro que muita coisa precisa ser feita e, para isso, tivemos os dois eventos-teste. No Maracanãzinho, por exemplo, havia muita poeira, pouca sinalização no ginásio e a fila era grande para entrar. Mas lá dentro está lindo. Como o jogo da Seleção Feminina de Vôlei contra a Sérvia não tinha emoção, o público se deliciava olhando para o ginásio. Já me disseram que a Arena Poliesportiva, na Barra, está ainda mais bonita. Vou conferir.
No Engenhão, a maioria dos problemas ficou do lado de fora. Lá dentro, as lanchonetes precisam dar um jeito de atender mais rapidamente. Faltou água em alguns banheiros e o acesso à Tribuna de Imprensa deve ser melhorado. Nada contra a torcida, mas o espaço fica no meio da arquibancada, sem qualquer separação. Aliás, a tribuna foi invadida no sábado. E o placar eletrônico é muito pequeno, para a grandiosidade do estádio. No Pan, creio que os resultados serão apresentados no telão, mas no sábado, dia de futebol, isso não aconteceu.
Por outro lado, foi um prazer voltar a trabalhar num estádio em que a gente sente o calor da torcida. Nada do aquário, que inventaram no Maracanã. E no Engenhão, todo mundo também vê o jogo todo, e o campo também para quem não sabe, quem senta nas primeiras fileiras de baixo, nas cadeiras especiais, tem a visão do campo encoberta.
Eu digo a todos que me perguntam que o Pan será um sucesso. E faço questão de frisar: o Pan do Rio. Alegar que a festa é do povo brasileiro não justifica para chamá-lo de Pan do Brasil. Se for assim, Parati vai perder a Feira Literária, São Paulo não terá mais a Fashion Week e Parintins vai ficar sem o Boi. Nesse ritmo, até o carnaval e o reveillon vão querer tomar da gente.
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