Uma coisa é um artista interpretar um personagem da ficção, cabe a ele interpretar as tinturas que o texto sugere, podendo criar uma imagem com mais liberdade. Mas quando o personagem foi um outro grande artista, que atingiu a consciência de milhares, e deixou sua marca no espaço e no tempo, a coisa muda de figura.
Chet Baker, com seu jazz refinado de toques econômicos, deixou uma legião de admiradores na música, e coube a Paulo Miklos resgatar sua figura para os palcos, com a peça “Apenas um sopro”, em um desafio colossal e que mostra o arrojo deste artista. Já Ícaro Silva assume a responsabilidade de viver Simonal, um furacão dos palcos dos anos 50 e 60, cuja controvérsia veio marcar a carreira. A interpretação do Ícaro encantou a todos em “S’imbora, o Musical – A História de Wilson Simonal” e a partir do 12 de agosto, o ator volta a viver Wilson Simonal em um novo espetáculo no Teatro do Leblon. “Show em Simonal”, um musical intimista, com apenas mais três artistas no elenco e três músicos na banda. A ideia é resgatar o clima dos shows que Simonal fazia no início da carreira, em boates e no Beco das Garrafas.
Paulo Miklos e Ícaro Silva aceitaram o desafio de explorar o labirinto da construção de um personagem que está na memória afetiva e cultural da sociedade.
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