No sertão dos Inhamuns, uma das regiões mais secas do nordeste brasileiro, vive Zé Valadão. Ele é um dos últimos representantes de uma estirpe sertaneja em extinção; os rastejadores. Através de conhecimentos e técnicas peculiares apreendidas de seus antepassados indígenas, domina com paciência e sabedoria os mistérios e os perigos da caatinga. Exímio observador, não há rastro de gente ou bicho, no chão ou na vegetação, que não possa seguir e encontrar. Uma rês fugida, uma criança perdida na mata, um ladrão de cavalo, não escapam das artimanhas dos rastejadores, muito menos dos Valadão. Ele e seus irmãos Chagas, Antônio e Assis, já falecidos, e o primo Zé Grande, eram os detetives particulares das comunidades da região.
Para a população local, a palavra deles vale mais que a sentença de um juiz. Por conta dos vários casos em que estiveram envolvidos, Zé Valadão e Zé Grande - que esse ano completou 100 anos - vivem isolados e bem protegidos.
No Rastro narra as experiências, saberes, histórias de vida e a realidade em que vive Zé Valadão e sua família e tenta decifrar os mistérios que envolvem a prática desse talento quase extinto.
Podem esquecer o nome, a roupa, o jeito de uma pessoa, mas as marcas dos pés deixadas no chão seco e pedregoso do sertão nordestino, nunca são apagadas de suas memórias.
Os netos e sobrinhos garantem a tradição da família. Os mais jovens não gostam de falar sobre o assunto e preferem esconder o dom herdado. Dizem que rastejar está mais difícil.
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