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Obras do acaso. No que isso vai dar?

Eu, Anderson e o tal outdoor

Imagina você acordar um dia e ver fotos suas em trajes íntimos espalhadas em outdoors pelas ruas do seu bairro e da cidade, sem que você tenha autorizado.

Imagina a mesma situação, com o detalhe de que seu pai é bem conservador e não vai gostar nada disso. Seu noivo, que acabou de lhe pedir em casamento, vê as fotos na mesma hora que você e também não gosta nem um pouco. Ainda mais que nunca te viu nesses trajes (nós nunca transamos).

Eu gostaria de acreditar que é um pesadelo, mas não é. Lembro bem. Fiz as fotos sim. Não há como negar.

Uma história louca em que fui convidada a posar como modelo, assim do nada, sem que fizesse esforço nenhum. Sem nem mesmo desejar. Logo eu, que nunca acreditei no acaso.

Na verdade, fui com a minha irmã Daiana, num teste em uma agência de modelos. Ela sonha o sonho de muitas garotas, que não é o meu, de ser modelo, atriz, ficar famosa. Como só tem 17 anos, insistiu para que eu a acompanhasse.

Não é que a maluca "resolveu" passar mal uns enjoos estranhos - um pouquinho antes da sua vez de entrar? Eu, intimidada, me sentindo um peixe fora d água e tentando ganhar tempo para que ela se recuperasse, me vi, de repente, sendo julgada, observada, avaliada e... criticada.

Sim, eles reclamaram da minha pele, do meu cabelo, até do meu peso logo eu que sempre fui chamada de magricela na escola. De nada adiantou dizer que eu não estava ali para fazer teste nenhum, que estava só acompanhando a minha irmã.

Apesar de tantos poréns, fui surpreendida no dia seguinte com a visita de um cara importante da agência, chamado Otávio, dizendo "a gente gostou muito de você" e me oferecendo um trabalho que, inicialmente, nem pensei em aceitar.

O cachê de mil reais, por duas horas de trabalho era maior do que meu salário de um mês inteiro como balconista de um café no centro da cidade. Eu precisaria servir 3.500 cafezinhos por mês para chegar perto disso.

Não queria fazer o trabalho, mas fui. Talvez buscando algo além do cheque. Algo que, agora, não sei dizer bem o que é. Na agência falaram que as fotos seriam usadas em um catálogo e não mostradas para todo o Rio de Janeiro. Podem me dizer o que é que elas estão fazendo espalhadas agora por toda a cidade?

Minha mãe sempre dizia: "Vai à luta Natália! Corre atrás da sua independência!". O problema de você fazer isso é que muitas vezes você olha para os lados e se sente sozinha. É assim que estou agora!




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Criado em 01/05/2011 - 23:00 e atualizado em 01/05/2011 - 23:00

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