No documentário Batuque – a alma de um povo apresenta-se um prisma único por onde se filtra a própria história de Cabo Verde, desde o tempo da escravatura até o presente globalizado.
Em 1462, chegaram à Ilha de Santiago os primeiros escravos, trazidos da Costa Ocidental da África, e com eles chegaram os ritmos e as sementes do que vieram a ser o batuque, uma dança ritual com movimentos ritmados por cantadeiras e batucadeiras dispostas em círculo, que sincronizam e orientam o movimento da dançadeira no centro do terreiro. O batuque foi reprimido e proibido, considerado como manifestação vulgar de negros e analfabetos, com conotação provocante e sensual. Após a independência de Cabo Verde, a tradição foi recuperada e adotada como símbolo de identidade cultural.
Através da trajetória do batuque, cruzam-se histórias de culturas e costumes, de danças e de magia, das raças e da escravatura, da emigração e dos direitos civis, da tristeza, solidão e dor, da morte e nascimento, da fome e fartura, e de tudo o que vem da alma.
Assim, transmitido de geração em geração, o documentário mostra que o batuque sempre foi uma fonte de preservação da identidade do povo de Cabo Verde. Hoje, com a emigração, esses ritmos voltam a viajar e a evoluir, influenciando a música que se faz noutras paragens do mundo.
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