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Bolsonaro e outros 16 são indiciados por fraudar cartões de vacina

Repórter Brasil Tarde

No AR em 19/03/2024 - 13:00

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no processo que investiga a falsificação de certificados de vacinação de covid-19. Além de Bolsonaro, foram inciadas outras 16 pessoas, entre elas o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ). 

Na manhã desta terça-feira (19), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu o sigilo da delação premiada de Mauro Cid nas partes relacionadas a esse processo. De acordo com o relatório da PF, a falsificação teve o objetivo de burlar medidas sanitárias restritivas no Brasil e nos Estados Unidos. Mauro Cid teria feito a falsificação a pedido de Bolsonaro e dois documentos teriam sido impressos dentro do Palácio da Alvorada e entregues em mãos do ex-presidente. 

Os investigadores também relacionam esse fato com os ataques antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023, já que o grupo envolvido viajou para os EUA com documentos falsos, na expectativa de aguardar o desfecho da tentativa de golpe de Estado. 

O processo segue agora para o Ministério Público Federal que vai decidir se abre ou não uma denúncia contra os envolvidos. 

Histórico 

As investigações contra Jair Bolsonaro começaram após um pedido de acesso à informação ao cartão de vacinas do ex-presidente, no fim de 2022. De acordo com a Operação Verine, da Polícia Federal, deflagrada em maio do ano passado, um registro de vacinação contra a covid-19 no cartão de Bolsonaro teria ocorrido em 19 de julho de 2021, em uma unidade básica de saúde no Parque Peruche, em São Paulo. No entanto, o ex-presidente não esteve na cidade nesse dia. Além disso, o lote da vacina que teria sido aplicada não estava disponível no local. E a enfermeira indicada no cartão negou que tenha feito o procedimento. 

Outras duas doses falsas teriam sido incluídas no sistema do Ministério da Saúde em 22 de dezembro de 2022, por João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Saúde de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Uma semana depois, as informações foram excluídas do sistema. 

Segundo a PF, foram falsificados cartões para a filha de Bolsonaro, Mauro Cid e familiares, além de assessores e seguranças. Os documentos teriam sido utilizados para viagem do então presidente aos Estados Unidos em 2022, nos últimos dias de mandato. 

O que diz a defesa 

Nas redes sociais, o advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse que, enquanto presidente, o cliente estava dispensado de apresentar certificado de vacina em suas viagens. Ele criticou que as autoridades tenham usado, “a imprensa para comunicar ato formal”, que a defesa técnica sequer teve acesso. E afirmou que Bolsonaro é vítima de perseguição política.

Já a assessoria do deputado federal Gutemberg Reis informou que ele não vai se manifestar até que a defesa tenha acesso integral ao processo. 

A TV Brasil procurou a defesa de Mauro Cid e dos outros 14 indiciados, mas não obteve resposta até o momento. 
 

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Criado em 19/03/2024 - 15:20

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