A relatora especial das Nações Unidas sobre formas contemporâneas de racismo, Ashwini K.P, está no Brasil em missão oficial. Nesta sexta-feira (16) ela conversou com a imprensa sobre os desafios para eliminar a discriminação racial. Ela destacou a desigualdade e o preconceito étnico-racial no país voltado para pessoa de origem africana, indígena, cigana.
Ashwini K.P reconheceu elementos positivos nas políticas de Estado, como a criação de ministérios específicos e políticas afirmativas, mas destacou o processo lento de implementação de políticas e a ameaça a direitos, como da demarcação de terras indígenas. Ela falou sobre a necessidade de políticas mais integradas e de mais investimentos.
Sobre as mulheres ela falou sobre o aumento dos casos de violência sexual e feminicídio, que também tem um recorte a étnico-racial. Falou sobre o uso excessivo da força policial e o encarceramento em massa, e a necessidade de uma mudança profunda na estrutura policial. E, além disso, em ano eleitoral, ela comentou a necessidade de garantia de ampliar o acesso e garantir a participação na política com medidas adequadas contra a violência e lembrou o assassinato da vereadora Marielle Franco.
A relatora também destacou o discurso de ódio e a presença de grupos neonazistas especialmente no sul do Brasil.
Essas informações elas vão fazer parte de um relatório que vai ser apresentado no ano que vem no conselho de Direitos Humanos da ONU
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