O que pode parecer um passatempo para alguns, acaba se tornando uma questão de saúde para outros. Sites e aplicativos de jogos de aposta vêm ganhando cada vez mais espaço no dia a dia da população.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, teve contato com as casas de aposta online através da influência de conhecidos e de anúncios nas redes sociais. "No Instagram, né, alguns influenciadores e algumas pessoas do meu convívio, né, que já faziam as apostas, que já jogavam, e aí me despertou um pouco a curiosidade de lhe conhecer também."
Muitas pessoas ainda são atraídas pela suposta facilidade de lucro que essas plataformas oferecem. Contudo, o uso excessivo pode acarretar sérios problemas para a psique do usuário, como o desenvolvimento de uma dependência do jogo.
“O que leva a gente a procurar qualquer tipo de vício vai ser sempre a busca pelo prazer. Isso é algo que me dava prazer: ‘esse jogo agora, vai me fazer me sentir muito bem, muito feliz e muito animado’. E também a questão financeira. Algumas pessoas têm até a mera ilusão de que vão conseguir um ganho financeiro significativo nessas apostas”, afirma o psiquiatra Gustavo Dantas.
A natureza arriscada das apostas e a adrenalina que elas causam contribuem para o desenvolvimento desse vício. O apostador tende a usar cada vez mais, o que o torna mais suscetível a cair em golpes e fraudes.
"Eu peguei uma plataforma, um anúncio, né, e entrei. Fiz o cadastro, fiz o depósito, assim como todas as outras exigem, e aí comecei a ter ganhos. E quando eu entrava em contato com o suporte, o suporte ficava pedindo para atualizar o VIP, né, o 'VIP', que eles falam, atualizar o nível. E, para atualizar o nível, eu tinha que estar depositando valores para que fosse liberado o meu próximo saque”, conta a mulher.
As consequências do vício afetam desde a situação financeira até a vida pessoal do apostador. Acompanhamento profissional é recomendado para aqueles que desejam se ver livres desse vício.
"Leve o problema a sério. Pegue o seu problema com vício, seja qual for, e simplesmente procure pedir ajuda profissional. Geralmente, a gente faz acompanhamento psicológico e psiquiátrico e, muitas vezes, precisa até de um suporte financeiro, porque a pessoa precisa reaprender como investir o dinheiro dela”, destaca o psiquiatra.
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