Desde setembro de 2021, até dezembro do ano passado, o Brasil já recebeu mais de 10,5 mil pessoas que deixaram o Afeganistão depois da retomada do poder pelo grupo Talibã. Desses, cerca de cinco mil conseguiram autorização de residência. Dois terços deles escolheram cidades paulistas para morar; 59% são homens e 41% mulheres. Cerca de um terço são crianças e adolescentes; 63% são adultos com idades entre 18 e 59 anos, e 3% são idosos.
Apesar da facilitação para a obtenção do visto humanitário aqui no país, o que garante a segurança daqueles que estão sob ameaça, a chegada para muitos ainda é repleta de obstáculos e deficiências no atendimento.
Hoje, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, é a principal porta de entrada desses refugiados aqui no Brasil, cerca de 37 afegãos se encontram acampados aguardando por acolhimento. Ao chegarem no terminal, eles dependem de assistência para necessidades básicas como refeições e higiene pessoal. A organização não governamental Frente Afegã oferece banho, fazendo o transporte das famílias até a cidade de Arujá.
Além do trabalho de ONGs, centros universitários do país também promovem acesso ao ensino para refugiados e desenvolvem pesquisas sobre o tema desde 2003, numa cooperação com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
A PUC de São Paulo promove pesquisas e publicações sobre o tema. Dentro do curso de Direito da Universidade, há reflexão sobre a legislação atual. Na universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cerca de 120 refugiados cursam graduação.
Abrigamento
A prefeitura de Guarulhos informou que dispõe de 257 vagas em abrigos para imigrantes e refugiados, mas todas estão ocupadas. Para quem aguarda no aeroporto, são oferecidos café da manhã, almoço e jantar; água e cobertores. O Ministério do Desenvolvimento Social informou que repassou, em agosto do ano passado, R$ 1,2 milhão ao estado de São Paulo para o acolhimento emergencial de 500 imigrantes e, para o município de Guarulhos, o valor de R$ 360 mil para o acolhimento de 150 imigrantes. Disse ainda que desde então não recebeu novas solicitações de recursos financeiros.
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