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Maior complexo de transmissão de rádio do Brasil completa 50 anos

Repórter Brasil

No AR em 09/03/2024 - 19:00

Quem passa pelo Rodeador, na área rural de Brazlândia, a 40 quilômetros de Brasília, vê de longe enormes antenas. Muitos nem imaginam que elas fazem parte do maior complexo de transmissão de rádio do país e um dos maiores da América Latina, inaugurado em 11 de março de 1974. É no Rodeador que ficam os transmissores em ondas curtas da Rádio Nacional da Amazônia, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a única emissora do país com alcance nacional e internacional. Ela é, até hoje, o principal meio de comunicação da Amazônia, região pouco explorada pelo setor privado.

As ondas curtas, entre 3 MHz e 30 MHz, permitem a transmissão radiofônica em vastas áreas da superfície terrestre. Quatro torres de 142 metros de altura transmitem o sinal que chega a cerca de 15 milhões de pessoas no Norte do país. Em comunidades ribeirinhas, aldeias indígenas e até numa embarcação no meio da selva.

O Complexo do Rodeador tem 240 hectares e foi criado na ditadura militar. Um investimento de US$ 15 milhões, cerca de R$ 500 milhões nos dias de hoje. Na época, o governo comprou nove transmissores, entre eles os das Rádios Nacional AM e FM de Brasília, além das ondas curtas (OC). O objetivo inicial era fazer propaganda do regime. O pesquisador Octavio Pieranti escreveu o livor “Entre plantações de morangos, florestas e oceanos” sobre essa história.

“Grande parte do que a gente conhece até hoje de três emissoras que são centrais para a EBC e centrais para a comunicação pública, nascem dessa infraestrutura adquirida e montada numa ditadura. Felizmente veio a democracia, felizmente o mundo mudou, felizmente a programação foi toda refeita e repensada”, diz Octavio.

Renato Lima trabalhou no serviço internacional da Rádio Nacional. A programação chegava a diversos continentes, em cinco idiomas, transmitida em ondas curtas pelas antenas do Rodeador. O serviço foi encerrado no fim da década de 1990.

“A gente tinha como missão mostrar o outro lado do Brasil. E a gente desenvolveu uma programação com programas voltados para a agricultura e pecuária, o Brasil rural. Tinha sobre indústria e comércio, e falávamos sobre turismo. Tinha programação de cultura, música, sobre esportes”, lembra Renato, que hoje é produtor do radiojornalismo da EBC

Além dos transmissores da Rádio Nacional da Amazônia, atualmente, o Parque do Rodeador abriga mais nove torres de ondas curtas e uma de onda média. E tem a própria subestação de energia. A EBC mantém o espaço e planeja a compra de novos transmissores e a recomposição de parte elétrica. Mas, mesmo antiga, a estrutura do rodeador continua sendo fundamental para o país.

Em 2018, o local foi oficialmente classificado, pelo governo federal, como infraestrutura relevante em casos de catástrofes. “Uma estação de onda curta ela garante uma propagação, um envio direto de sinais de rádio para os ouvintes. Isso numa situação ou de catástrofe ou situação atípica, isso é muito importante. Você conseguir comunicar do centro de comunicação do país, da capital do país, conseguir comunicar pra toda as pontas do país, sem depender de satélite e internet, uma situação de emergência é muito importante”, destaca Adriano Goetz, coordenador de Engenharia de Radiodifusão de Rádios da EBC

 

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Criado em 09/03/2024 - 21:05

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