O livro “O avesso da pele”, de Jefferson Tenório, se tornou pivô de uma polêmica no fim de semana por causa de uma tentativa de censura. Com a repercussão, a obra figurou entre as mais vendidas em sites online. Professores, intelectuais e os ministros da Cultura, Margareth Menezes, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, saíram em defesa da obra.
Na semana passada, uma professora de Santa Cruz fez uma postagem nas redes sociais criticando o uso do livro em escolas de nível médio e pediu a retirada da obra da biblioteca. Segundo ela, o livro tem palavras de baixo calão. A regional de educação, onde fica Santa Cruz, acatou o pedido e mandou retirar a obra das bibliotecas. Com a repercussão do caso, a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul ordenou que a regional voltasse atrás.
Nas redes sociais, Jefferson Tenório lembrou que o livro foi aprovado pelo Ministério da Educação no governo passado e lamentou que palavras de baixo calão causem mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras. A editora da obra disse que a censura viola princípios fundamentais da educação e da democracia, e empobrece o debate cultural.
“O avesso da pele” aborda o racismo estrutural e a violência policial. O romance foi vencedor do Prêmio Jabuti, o maior literário do Brasil, e teve direitos de publicação vendidos para mais de 10 países.
Entrevista
Para falar mais sobre “O avesso da pele”, racismo estrutural e a literatura o ensino brasileiro, o Repórter Brasil conversa com o autor Jefferson Tenório.
Acompanhe a entrevista completa.
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