O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para analisar a criação de um Centro de Memória no antigo prédio do DOPS, no Rio de Janeiro. A sede do Departamento de Ordem Política e Social foi palco de práticas de repressão e tortura durante o regime militar e está abandonada desde os anos 80.
Histórias de violações de direitos humanos estão trancadas neste prédio, o que durante o Estado Novo de Getúlio Vargas e a ditadura militar instaurada em 1964, foi a sede do DOPS no Rio. A sede do antigo DPS está fechada desde meados da década de 1980, quando o país passou pela redemocratização.
O prédio é agora alvo de uma disputa: movimentos sociais querem que o antigo DOPS se torne um Centro de Memória e dos Direitos Humanos enquanto a polícia civil tem planos de fazer um Centro Cultural da instituição. O Ministério Público Federal investiga a situação do imóvel a pedido do Coletivo RJ Memória Verdade Justiça e Reparação. O relato é que o prédio está em situação de abadono e deterioração. Algumas áreas, com risco de desabamento.
Em 1987, o prédio foi declarado Patrimônio Cultural pelo Instituto Estadual do Patrimônio (Inepac). Ainda estão preservados carceragens, armários, escaninhos e documentos da época da ditadura militar. Até uma sala com revestimento acústico onde supostamente ocorriam sessões de tortura.
Em nota, a polícia civil informou que o imóvel não está abandonado, mas em obras que devem terminar neste ano. Reafirmou a intenção de fazer no espaço um centro cultural da instituição para contar a história da polícia civil de forma transparente, crítica e reflexiva.
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