Há dois anos o indigenista brasileiro, Bruno Pereira, e o jornalista britânico, Dom Phillips, eram assassinados no Vale do Javari, no Amazonas. Eles defendiam a proteção da área e dos povos indígenas. E que continua precisando de proteção.
O Vale do Javari é uma imensidão de oito milhões de hectares, tamanho equivalente a muitos países como Áustria e Emirados Árabes. Fica na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Os povos que vivem ali reclamam da insegurança e da falta de agentes públicos.
De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, na época dos assassinatos de Bruno e Dom, em 2022, 11 pessoas eram ameaçadas de morte na região. “A gente fica o tempo todo extremamente preocupado sobre o risco de um caso parecido voltar a se repetir. Porque tem pessoas muito engajadas na luta pelo Vale do Javari que seguem sofrendo ameaças e que não contam com proteção adequada do governo brasileiro, mesmo tendo essa ordem internacional. Então acho que esse é outro ponto muito sério que teve um pequeno avanço, de colocá-los no programa, mas que o programa ainda não ofereceu medidas concretas de proteção, como essas pessoas precisam”, explica Raquel da Cruz Lima, coordenadora do Centro de Referência Legal da Artigo 19.
O governo lançou um plano de proteção do Vale do Javari. Entre as ações, está o programa para proteger os defensores dos direitos humanos, que tem uma equipe de oito profissionais, de diversas áreas.
A viúva de Bruno Pereira não espera apenas justiça, mas também ela quer segurança para as comunidades amazônicas. “Para além da punição dos executores, a gente espera que seja feito um trabalho de desmantelamento da cadeia criminosa. Que se não for tratado isso, vai vitimar outras pessoas, sobretudo as lideranças indígenas”, afirma Beatriz Matos
Segundo a Polícia Federal, há um plano de Segurança para a região. “Já no início do ano passado nós deslocamos uma base fluvial, que é a base Nova Era, para a região do Vale do Javari. Implementamos novas ações integradas com outros órgãos”, conta Humberto Freire, diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal.
Mas para Bushe Matis, coordenador da Univaja, ainda faltam ações em várias frentes. “A gente espera que melhore ações do governo sobretudo a proteção territorial, segurança, saúde, educação. A gente espera que o governo faça com responsabilidade suas ações, né?”, diz
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.