Uma operação da Polícia Federal procura beneficiários de um esquema de fraude no cartão de vacinação do Ministério da Saúde. Os atos ilícitos ocorreram durante a pandemia de covid-19.
Nesta quinta-feira foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Duque de Caxias. A investigação começou com a denúncia de falsificação do cartão do ex-presidente, Bolsonaro.
Os policiais chegaram ainda cedo na casa do atual secretário Estadual de Transportes, Washington Reis, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Durante a pandemia, ele era prefeito da cidade. O objetivo foi localizar provas sobre o esquema de falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19. Após a saída dos agentes da PF, em entrevista o político negou envolvimento na fraude.
A operação da Polícia Federal busca identificar novos beneficiários do esquema fraudulento de certificados de vacinação. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, emitidos pelo STF, a pedido da Procuradoria Geral da República, contra agentes públicos de Duque de Caxias.
De acordo com a investigação, Washington Reis e a secretária de Saúde de Caxias, Célia Serrano, são suspeitos de associação criminosa ao viabilizar a inserção de dados falsos no sistema de informação do Programa Nacional de Imunizações, o PNI, e da Rede Nacional de Dados em Saúde, do Ministério da Saúde.
Esta é a segunda fase da Operação Venire da PF. A primeira fase foi deflagrada em maio do ano passado, quando surgiu a suspeita de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua filha e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, teriam usado a fraude para emitir cartões de vacinação adulterados dizendo que eles haviam se vacinado. Mauro Cid foi preso por esta acusação.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que a operação não teve como alvo órgãos vinculados ao município e que não vai se manifestar sobre pessoas físicas por causa do sigilo da operação. O governo do Rio de Janeiro disse que não existem referências ao governoestadual na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis. O ex-presidente Jair Bolsonaro, a secretária Célia Serrano e Mauro Cid foram procurados, mas não responderam a reportagem.
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