Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense desenvolveram um aplicativo de tradução que ajuda a preservar línguas indígenas e também no aprendizado desses povos. É uma espécie de dicionário de sinônimos, criado com a ajuda dos próprios indígenas. A tecnologia foi desenvolvida para uma etnia de Rondônia, mas a ideia é que se espalhe pelo país.
O Comunica Tupi Tradutor surgiu a partir das necessidades de um grupo indígena em um curso de robótica educacional. A ideia das pesquisadoras era apresentar a robótica sem interferir na cultura indígena.
O aplicativo utiliza a técnica do machine learning e já vai para a segunda edição. Ele traduz conteúdos da língua portuguesa para o Tupi Mondé e vai poder ser utilizado também para outros troncos da língua. O aplicativo tem hoje cerca de 20 mil termos e já alcançou a aprendizagem equivalente à capacidade uma criança entre cinco e sete anos. Trabalha com palavras e frases. Quando chegar à fase da adolescência, o Comunica Tupi será capaz de trabalhar, palavras, frases e contextos. As pesquisadoras também viram no projeto a oportunidade de lançar publicações impressas.
O censo de 2010 apontou que o Brasil tem 274 línguas indígenas, nenhuma oficialmente reconhecida. Esse número é muito menor do que existia em 1500. Para as pesquisadoras, o aplicativo além de ser uma ferramenta de inclusão é também um registro da memória que não vai se perder.
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