Nem telenovelas nem desenhos animados. São os programas religiosos que lideram o tempo na TV. Dados da Agência Nacional do Cinema mostram que, em 2012, esses programas ocuparam 13,5% da grades de programação das emissoras abertas. Para discutir a presença das igrejas nas TVs e a liberdade e pluralidade religiosas, asseguradas pelo Estado laico, o Ver TV convida:
Luís Mauro Martino, professor da Faculdade Cásper Líbero e pesquisador. Um dos focos de sua pesquisa é a mídia e a religião. Dentre outras obras, Martino é autor de Mídia e poder simbólico.
Janaína Nunes, jornalista que escreve sobre TV no blog Em Off, do Yahoo. Também apresenta o programa Morning Show, na Jovem Pan FM.
João Paulo Orsini Martinelli, advogado, pós-doutor em direitos humanos pela Universidade de Coimbra, doutor e mestre em direito penal pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Mackenzie.
Martino diz ter uma visão "assumidamente utópica" em que a pluralidade religiosa na TV assegurasse interação entre as religões e seus adeptos. "O Estado é laico; a sociedade, não", afirmou.
Para Martinelli, o aspecto mais negativo dos programas religiosos que ocupam espaço nas programações da TV é "a exploração de quem está em situação de vulnerabilidade, em situação de desespero."Diversidade religiosa na TV, de acordo com Janaína Nunes, não significa espaço para todas as igrejas fazerem proselitismo, mas, sim, a discussão sobre religiões dentro do contexto cultural.
O Ver TV também abre espaço para ateus e agnósticos. "As televisões têm que reconhecer que estão no mercado da fé", disse Daniel Sottomaior, presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos.
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