Numa remota cidade do Rio Grande do Sul, numa casa discreta ao fundo de um longo gramado, a equipe d’O Milagre de Santa Luzia encontrou Farofa, um senhorzinho sorridente e divertido. Não conseguindo abrir a porta de casa, pulou a janela para abri-la por dentro e assim receber a equipe de filmagem. Sentado em sua cama, num quarto mal iluminado e com as paredes descascadas, tocou seu acordeon verde e contou histórias de sua vida.
Músico de talento, já tendo tocado com nomes importantes do Rio Grande do Sul, Farofa é um típico caso de um talento profissional esquecido, cujas oportunidades e apoiadores parecem ter desaparecido conforme a idade avançou. À época da gravação, trabalhava como vigia para se sustentar, mas diante da câmera não escondeu o talento e a paixão pela música, e tocou singelas canções no acordeon, acompanhado da voz e do violão do amigo Cláudio Levitan, um dos poucos que ainda não o havia esquecido. Farofa faleceu algum tempo depois do encontro, mas provavelmente poucos ficaram sabendo de sua morte. O programa, mais do que uma homenagem, é uma forma de manter vivo seu legado.
Direção: Sérgio Roizenblit
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