As filas de vacinação durante a pandemia de covid-19 ainda estão na memória recente de todo brasileiro. Muitos encontraram dificuldades para se imunizar contra a doença, porque, além de problemas com a gestão e aquisição das vacinas, a produção de imunizantes no país chegou a ser suspensa, em maio de 2022, por causa da falta de insumos, especificamente o IFA - o ingrediente farmacêutico ativo - a matéria-prima básica para a produção de qualquer vacina. Esse "ingrediente", chamado de insumo, normalmente vem de outros países, o que torna o Brasil dependente de importações.
Os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) apontam que, em 2021, o Brasil produzia 5% do insumo farmacêutico ativo (IFA) utilizado na produção de medicamentos e vacinas. Para se ter uma ideia da dependência brasileira, 100% do IFA para produzir antibióticos e mais de 90% de todos os princípios ativos de genéricos são trazidos de fora, principalmente da China e da Índia.
Tornar o país autossuficiente na produção de insumos farmacêuticos ativos é uma das metas a serem atingidas em até 10 anos. A ideia é que o Brasil consiga produzir até 70% da matéria-prima utilizada no território nacional. Para que isso seja possível, estão previstos cerca de R$ 42 bilhões, investidos em tecnologia, ciência, equipamentos e qualificação.
A meta está dentro da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, lançada nesta terça-feira (26) pelo governo federal. Pautado em oito pilares, o programa está focado em impulsionar a pesquisa; o desenvolvimento de tecnologias e serviços; ampliação e modernização de infraestrutura; fortalecimento de produção local de bens e serviços e fortalecimento do SUS.
Entrevista
Para falar sobre a produção de insumos farmacêuticos no país, o Repórter Brasil recebe o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.
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Governo prevê R$ 42 bi em investimento no complexo industrial de saúde
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