Desde o início do ano, Roraima foi responsável por quase 30% de todos os incêndios no país. O aumento das chamas nas florestas da região tem ameaçado os povos indígenas.
Moradores locais e bombeiros trabalham juntos para conter as chamas em Cantá, no norte de Roraima. Ela é uma das cidades que estão em emergência pela seca no estado. Casas e plantações já foram destruídas pelo fogo.
"Vem pegando toda aquela serra lá, vem vindo, vem vindo, a gente vem combatendo, mas não conseguimos combater tudo. Tivemos que acionar os bombeiros para vir aqui dar uma ajuda.", conta o morador Jeli Rodrigues Dias.
Nos primeiros dois meses deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou mais de 2.600 incêndios em Roraima. Quase o mesmo número de todo o ano passado. Só em fevereiro, foram pelo menos dois mil focos, um número recorde.
As chamas também têm atingido comunidades indígenas da região. Na terra Yanomami, o fogo trouxe mais sofrimento ao povo que já enfrenta uma crise humanitária. Na aldeia Novo Paraíso, a comunidade teme perder as terras de mandioca. Por lá os incêndios já se espalharam por cinco quilômetros de floresta.
"O nosso foco de produção é mais mandioca, de fazer farinha amarela. Hoje o fogo tomou de conta. Inclusive, hoje a minha preocupação é com aquelas pessoas perderam roças, para poder recuperar tudo isso requer tempo, de 8 (meses) a um ano.”, conta preocupada a líder indígena Maria Loreta Pascoal.
A líder indígena pede ajuda para salvar a floresta e os animais. “A gente presenciou tamanduá-mambira queimados, jabuitis, onças nas árvores. Hoje eu peço socorro mesmo”.
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