Indígenas do povo Yanomami em Roraima estão sendo contaminados por mercúrio usado no garimpo ilegal na região. É o que mostra pesquisa conduzida pela Fiocruz . A coleta do material examinado foi feita em outubro de 2022.
A pesquisa com 287 indivíduos na terra indígena Yanomami no alto rio Mucajaí detectou a presença de mercúrio em amostras de cabelo de todos eles. Foram analisadas nove aldeias do subgrupo Ninam, onde os níveis mais altos foram encontrados em indígenas localizados próximos do garimpo ilegal da região.
Os dados ambientais também revelam que, dentro das 47 amostras de pescados coletados, em todas foram identificadas níveis de contaminação por mercúrio. O mercurio também foi detectado nas amostras de água e nas amostras de sedimentos. E em duas amostras de sedimentos foram detectados níveis elevados de mercúrio que revelam essa contaminação próximas às áreas onde havia atividade de mineração.
O mercúrio é um metal em estado líquido na temperatura ambiente. Um material tóxico e perigoso, quando em contato direto com o ser humano. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, níveis acima de 6 microgramas de mercúrio por grama de cabelo podem gerar sérios problemas à saúde, mas não há nível seguro de exposição ao material.
O rio Mucajaí, onde estão localizadas as aldeias pesquisadas, corta o estado de Roraima de Oeste a Leste. A nascente fica na terra indígena Yanomami, em área da floresta amazônica, e ele segue até desaguar no rio Branco. A mata fechada favorece as atividades ilegais.
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